Estou tentando, mais uma vez, colocar os assuntos em dia. Eis aqui um primeiro filtro dessa faxina.
● Vertical, Horizontal. Leitor quer saber que história é essa de vertical e horizontal, freqüente nas resenhas sobre vinhos.
Pois é, amiga, são palavras utilizadas principalmente com relação à degustação. Na degustação vertical, provamos várias safras de um mesmo vinho, ao mesmo tempo. Assim, podemos analisar como o vinho evoluiu (ou não) com o tempo, quais foram as safras ótimas, medianas ou ruins ou se técnicas vitivinícolas foram alteradas ou introduzidas.
A degustação vertical pode ser feita nos dois sentidos: da safra mais antiga a mais atual. Ou no sentido inverso. Pessoalmente, prefiro provar da mais antiga para a mais nova. Os vinhos mais antigos, mais maduros costumam ser menos encorpados, mais leves, com taninos mais suaves dos que os mais jovens. Se eu começasse dos mais jovens, meu paladar ficaria bem marcado pela maior quantidade de taninos, acidez etc.
Se estiver interessada em participar de uma vertical não perca amanhã, dia 17, a degustação na Vinheria Percussi do Erasmo, um Cabernet Sauvignon chileno, 91 pontos do imperador Robert Parker. A degustação será escoltada por costeletas de cordeiro preparadas com risotto de açafrão. Veja detalhes na Da Adega.
Na degustação horizontal provamos diferentes vinhos de uma mesma safra. Esses vinhos deverão ser de uma mesma região produtora ou de uma mesma variedade de uva (ou de uvas). Ou ambos.
Ficamos sabendo mais sobre as diferenças regionais (do solo, do terroir ou das técnicas aplicadas aos vários vinhos experimentados).
● Quais são as principais áreas produtoras da Borgonha?
A Borgonha é dividida em cinco regiões principais. São elas, de norte para sul: Chablis, Côte d'Or, Côte Chalonnaise, Mâconnais e Beaujolais (sim, Beaujolais é administrativamente parte da Borgonha, embora tenha clima parecido com o do Ródano e seu vinho singular o bastante para distanciar-se da Borgonha e do Ródano).
A Côte d'Or incorpora duas sub-regiões importantes e bem diferentes entre si: a Côte de Nuits e a Côte de Beaune.
A Côte de Beaune é a terra dos broncos bem secos. Já na Côte de Nuits imperam os tintos escuros como a noite.
Chablis, a Côte de Beaune e o Mâconnais (terra do Pouilly-Fuissé) são regiões mais conhecidas pelos seus brancos. Brancos que podemos achar também em várias áreas da Côte Chalonnaise. São feitos quase que inteiramente da Chardonnay e estão entre os exemplares mais ricos (e caros) dessa uva.
Os tintos dominam na Côte de Nuits e no Beaujolais, embora feitos com uvas diferentes.
A Côte de Nuits é a casa da grande Pinot Noir, a uva preferida do Miles, no filme Sideways. Já em Beaujolais quem impera é a Gamay, que faz vinhos mais leves, mais refrescantes e bem mais baratos do que os da Côte de Nuits.
● O que é Vin Chaud? Aqui na Serra não deixo de tomar o meu especial Vin Chaud. Pois apresento-lhe o popular e querido Quentão. Os franceses o chamam de chaud, os ingleses e americanos de mulled.
É um vinho, normalmente tinto, temperado com especiarias e servido quente. Em épocas passadas, quando alguma coisa dava errada com o vinho, misturavam mel, cravo, canela – enfim, as especiarias à mão. E o tornavam bebível. Hoje, o Quentão impera nos invernos dos dois hemisférios.
Sei que a leitora pode estar em dúvida, pois Quentão por aqui é aguardente mais gengibre, açúcar e as tais especiarias. Mas vinho quente (e especiarias) também é Quentão.
● Quem é Meunier? Leitora sabe que o francês Meunier é moleiro em português. Daí que ficou curiosa como a uva Pinot Meunier, uma das três utilizadas na região de Champagne, recebeu esse nome.
Bem, como muitas variedades de uva, a Pinot Meunier (parente da famosa Pinot Noir) tem seu nome em razão da sua aparência. Suas folhas parecem salpicadas de farinha. Veja aqui. Em várias partes da França, a Meunier é apelidada de “Farineux" e "Noirin Enfariné". Pois não é o moleiro quem mói cereais e os transforma em farinha?
● Apimentados. Toda vez que leitora lê sobre cozinha asiática e pratos apimentados os vinhos recomendados são brancos. Por que?
Os taninos presentes nos vinhos tintos tornam-se ainda mais adstringentes. Sua boca poderá ficar completamente seca. Daí que a melhor aposta está nos vinhos brancos, leves e frutados. Mas se a amiga não dispensa os tintos tente com os Beaujolais, os Dolcetto, Chianti (não os Riserva) ou os Rioja.
Da Adega
Nero incendeia Espanha. Não se espante: o Espumante Brut Ponto Nero @008, da Domno do Brasil, acaba de receber a medalha de prata no Concurso Internacional de Vino Zarcillo, que aconteceu entre 30 de março e 2 de abril, na Espanha, com o apoio da Organização Internacional da Uva e do Vinho (O.I.V.), da União Internacional de Enólogos (UIOE) e da Federação Mundial dos Grandes Concursos (VinoFed).
O concurso reuniu 3.099 amostras de 787 empresas provenientes de 23 países. Mais de 100 avaliadores provaram e qualificaram essas amostras. Já pensou, entre mais de três mil vinhos ganhar uma medalha de prata?
É a primeira premiação internacional da Domno do Brasil, a nova empresa do Grupo Famiglia Valduga. Saiba mais visitando o site da empresa.
● Vertical, Horizontal. Leitor quer saber que história é essa de vertical e horizontal, freqüente nas resenhas sobre vinhos.
Pois é, amiga, são palavras utilizadas principalmente com relação à degustação. Na degustação vertical, provamos várias safras de um mesmo vinho, ao mesmo tempo. Assim, podemos analisar como o vinho evoluiu (ou não) com o tempo, quais foram as safras ótimas, medianas ou ruins ou se técnicas vitivinícolas foram alteradas ou introduzidas.
A degustação vertical pode ser feita nos dois sentidos: da safra mais antiga a mais atual. Ou no sentido inverso. Pessoalmente, prefiro provar da mais antiga para a mais nova. Os vinhos mais antigos, mais maduros costumam ser menos encorpados, mais leves, com taninos mais suaves dos que os mais jovens. Se eu começasse dos mais jovens, meu paladar ficaria bem marcado pela maior quantidade de taninos, acidez etc.
Se estiver interessada em participar de uma vertical não perca amanhã, dia 17, a degustação na Vinheria Percussi do Erasmo, um Cabernet Sauvignon chileno, 91 pontos do imperador Robert Parker. A degustação será escoltada por costeletas de cordeiro preparadas com risotto de açafrão. Veja detalhes na Da Adega.
Na degustação horizontal provamos diferentes vinhos de uma mesma safra. Esses vinhos deverão ser de uma mesma região produtora ou de uma mesma variedade de uva (ou de uvas). Ou ambos.
Ficamos sabendo mais sobre as diferenças regionais (do solo, do terroir ou das técnicas aplicadas aos vários vinhos experimentados).
● Quais são as principais áreas produtoras da Borgonha?
A Borgonha é dividida em cinco regiões principais. São elas, de norte para sul: Chablis, Côte d'Or, Côte Chalonnaise, Mâconnais e Beaujolais (sim, Beaujolais é administrativamente parte da Borgonha, embora tenha clima parecido com o do Ródano e seu vinho singular o bastante para distanciar-se da Borgonha e do Ródano).
A Côte d'Or incorpora duas sub-regiões importantes e bem diferentes entre si: a Côte de Nuits e a Côte de Beaune.
A Côte de Beaune é a terra dos broncos bem secos. Já na Côte de Nuits imperam os tintos escuros como a noite.
Chablis, a Côte de Beaune e o Mâconnais (terra do Pouilly-Fuissé) são regiões mais conhecidas pelos seus brancos. Brancos que podemos achar também em várias áreas da Côte Chalonnaise. São feitos quase que inteiramente da Chardonnay e estão entre os exemplares mais ricos (e caros) dessa uva.
Os tintos dominam na Côte de Nuits e no Beaujolais, embora feitos com uvas diferentes.
A Côte de Nuits é a casa da grande Pinot Noir, a uva preferida do Miles, no filme Sideways. Já em Beaujolais quem impera é a Gamay, que faz vinhos mais leves, mais refrescantes e bem mais baratos do que os da Côte de Nuits.
● O que é Vin Chaud? Aqui na Serra não deixo de tomar o meu especial Vin Chaud. Pois apresento-lhe o popular e querido Quentão. Os franceses o chamam de chaud, os ingleses e americanos de mulled.
É um vinho, normalmente tinto, temperado com especiarias e servido quente. Em épocas passadas, quando alguma coisa dava errada com o vinho, misturavam mel, cravo, canela – enfim, as especiarias à mão. E o tornavam bebível. Hoje, o Quentão impera nos invernos dos dois hemisférios.
Sei que a leitora pode estar em dúvida, pois Quentão por aqui é aguardente mais gengibre, açúcar e as tais especiarias. Mas vinho quente (e especiarias) também é Quentão.
● Quem é Meunier? Leitora sabe que o francês Meunier é moleiro em português. Daí que ficou curiosa como a uva Pinot Meunier, uma das três utilizadas na região de Champagne, recebeu esse nome.
Bem, como muitas variedades de uva, a Pinot Meunier (parente da famosa Pinot Noir) tem seu nome em razão da sua aparência. Suas folhas parecem salpicadas de farinha. Veja aqui. Em várias partes da França, a Meunier é apelidada de “Farineux" e "Noirin Enfariné". Pois não é o moleiro quem mói cereais e os transforma em farinha?
● Apimentados. Toda vez que leitora lê sobre cozinha asiática e pratos apimentados os vinhos recomendados são brancos. Por que?
Os taninos presentes nos vinhos tintos tornam-se ainda mais adstringentes. Sua boca poderá ficar completamente seca. Daí que a melhor aposta está nos vinhos brancos, leves e frutados. Mas se a amiga não dispensa os tintos tente com os Beaujolais, os Dolcetto, Chianti (não os Riserva) ou os Rioja.
Da Adega
Nero incendeia Espanha. Não se espante: o Espumante Brut Ponto Nero @008, da Domno do Brasil, acaba de receber a medalha de prata no Concurso Internacional de Vino Zarcillo, que aconteceu entre 30 de março e 2 de abril, na Espanha, com o apoio da Organização Internacional da Uva e do Vinho (O.I.V.), da União Internacional de Enólogos (UIOE) e da Federação Mundial dos Grandes Concursos (VinoFed).
O concurso reuniu 3.099 amostras de 787 empresas provenientes de 23 países. Mais de 100 avaliadores provaram e qualificaram essas amostras. Já pensou, entre mais de três mil vinhos ganhar uma medalha de prata?
É a primeira premiação internacional da Domno do Brasil, a nova empresa do Grupo Famiglia Valduga. Saiba mais visitando o site da empresa.
Erasmo na Vinheria Percussi. A casa fica na Rua Cônego Eugênio Leite, 523, Pinheiros, São Paulo, SP. Reservas pelo telefone (11) 3088-4920 e 3064-4094.
Nenhum comentário:
Postar um comentário