Da água ao Terere. Um jogador de futebol precisa de líquidos para suportar a verdadeira maratona que faz em campo. São nove quilômetros em média, distâncias que percorre correndo, pulando, driblando, cabeceando, dando carrinhos e bicicletas, trombando, caindo e levantando.
Bebem e comem carboidratos, de preferência para que recebam pelo menos umas cinco mil calorias por dia. Consomem, em condições normal, de 30 a 60 gramas de carboidratos por hora, durante um jogo de noventa minutes, de modo a retardar a fadiga muscular, reidratar-se e a melhorar o seu desempenho.
As políticas praticadas pelas Seleções variam. Ora as opções consideram água e isotônicos (tipo Gatorade, feita de água, sais minerais e carboidratos). Algumas seleções permitem uma ou duas taças de vinho às refeições. O Maradona falava que não só o vinho, mas outro tipo de conforto era permitido em seu time: as mulheres.
Mas, para mim, a seleção Paraguaia fez a diferença. Trouxe para a África do Sul o seu Terere, uma bebida nacional, mas também consumida e fartamente no Brasil e na Argentina.
Trata-se da erva-mate, que o gaúcho usa no seu chimarrão. Mas no Paraguai é consumida com água fria. Já era consumida pelos índios guaranis, antes da invasão espanhola e continua hoje como uma parte importante da cultura do país. E, claro, dos hábitos dos jogadores paraguaios.
É uma bebida muito popular, apesar de não ser alcoólica. E é estimulante (contém cafeína) e, assim, utilizada em lugar do café. O Terere tem ainda uma segunda e importantíssima qualidade. É uma bebida de confraternização. Os paraguaios costumam levar garrafas térmicas (para a água), cuias (como as do chimarrão) e a erva mate. Colocam a era na cuia, juntam água e através de uma “bomba’ (um canudo metálico) a bebem, fazendo passar a cuia para um amigo ou conhecido que esteja próximo. A prática é a mesma no sul brasileiro e na Argentina. É considerada não apenas refrescante, mas também um remédio, bom para dores de cabeça e diarréias.
E foi assim que a seleção paraguaia se hidratou e refrescou na África do Sul.
Andres Iniesta e o vinho. Autor do gol que deu à Espanha o título de campeã mundial de futebol, melhor jogador em campo segundo a FIFA, o meio-campista Andres Iniesta, 26 anos, está perto de conseguir mais um título: o de maior produtor de vinhos finos da região de Castilla La Mancha, onde está investindo nove milhões de euros em vinhedos e numa vinícola, a Bodega Iniesta, na sua cidade natal, Fuentealbilla.
Iniesta saiu de lá muito cedo, aos 13 anos, quando ingressou na escolinha de futebol do Barcelona. De lá pra cá, transformou-se num dos mais técnicos jogadores de futebol do mundo e ajudou o time catalão a ser o primeiro na Liga dos Campeões e no campeonato europeu.
Fuentealbilla tem apenas dois mil habitantes, metade dos quais trabalha na cooperativa de vinhos da cidade. Porém, não se utiliza da tecnologia que Iniesta vai adotar sua vinícola, a Bodega Iniesta, quando estiver pronta. Castilla La Mancha, na região central do país, produz cerca de metade de todo o vinho espanhol. E é o vinho que liga o craque à sua terra natal.
Se Dom Quixote, o protagonista de Cervantes, o fidalgo que perdeu a razão por ler tantos romances de cavalaria, lutava contra moinhos de vento pensando que fossem gigantes, Iniesta sabe que terá de lutar contra a fama e a qualidade dos vinhos da região de La Rioja, gigantes de verdade. O jogador-vinicultor é muito competitivo, como vimos em campo, e está se preparando para esse jogo que não durará uma ou duas horas.
O Sancho Pança de Iniesta é o seu pai. É ele quem cuida dos investimentos de seu filho. A vinícola, quando pronta, deverá produzir 700 mil garrafas de vinhos tinto, branco e rosé por ano. A produção começará já em setembro. Iniesta pretende, já de início, exportar parte de seu vinho para a Inglaterra e Alemanha, onde poderá ser vendido em restaurantes por 40 euros a garrafa.
“Isto aqui é a Liga dos Campeões”, diz ele, comparando o negócio de vinhos com a principal competição do futebol europeu. “Se você não produz o melhor vinho, está morto”, completa.
Ele está certo: a justa fama de grande jogador e de campeão do mundo de seu filho tem de ser aproveitada, uma reputação que certamente ajudará nas vendas, embora saiba que esperará décadas para que o rótulo da sua bodega se estabeleça num mercado apinhado de ofertas.
Ao investir nove milhões de euros no negócio do vinho, Iniesta era simplesmente o meio-de-campo do Barcelona, uma senhor craque, não resta dúvida. Ele não esperou a Copa para abrir o bolso.
De qualquer modo, ser campeão mundial, o homem que fez o gol da vitória da Espanha, será um excelente negócio. Mas ele sabe que será melhor ainda para seus netos.
Bebem e comem carboidratos, de preferência para que recebam pelo menos umas cinco mil calorias por dia. Consomem, em condições normal, de 30 a 60 gramas de carboidratos por hora, durante um jogo de noventa minutes, de modo a retardar a fadiga muscular, reidratar-se e a melhorar o seu desempenho.
As políticas praticadas pelas Seleções variam. Ora as opções consideram água e isotônicos (tipo Gatorade, feita de água, sais minerais e carboidratos). Algumas seleções permitem uma ou duas taças de vinho às refeições. O Maradona falava que não só o vinho, mas outro tipo de conforto era permitido em seu time: as mulheres.
Mas, para mim, a seleção Paraguaia fez a diferença. Trouxe para a África do Sul o seu Terere, uma bebida nacional, mas também consumida e fartamente no Brasil e na Argentina.
Trata-se da erva-mate, que o gaúcho usa no seu chimarrão. Mas no Paraguai é consumida com água fria. Já era consumida pelos índios guaranis, antes da invasão espanhola e continua hoje como uma parte importante da cultura do país. E, claro, dos hábitos dos jogadores paraguaios.
É uma bebida muito popular, apesar de não ser alcoólica. E é estimulante (contém cafeína) e, assim, utilizada em lugar do café. O Terere tem ainda uma segunda e importantíssima qualidade. É uma bebida de confraternização. Os paraguaios costumam levar garrafas térmicas (para a água), cuias (como as do chimarrão) e a erva mate. Colocam a era na cuia, juntam água e através de uma “bomba’ (um canudo metálico) a bebem, fazendo passar a cuia para um amigo ou conhecido que esteja próximo. A prática é a mesma no sul brasileiro e na Argentina. É considerada não apenas refrescante, mas também um remédio, bom para dores de cabeça e diarréias.
E foi assim que a seleção paraguaia se hidratou e refrescou na África do Sul.
Andres Iniesta e o vinho. Autor do gol que deu à Espanha o título de campeã mundial de futebol, melhor jogador em campo segundo a FIFA, o meio-campista Andres Iniesta, 26 anos, está perto de conseguir mais um título: o de maior produtor de vinhos finos da região de Castilla La Mancha, onde está investindo nove milhões de euros em vinhedos e numa vinícola, a Bodega Iniesta, na sua cidade natal, Fuentealbilla.
Iniesta saiu de lá muito cedo, aos 13 anos, quando ingressou na escolinha de futebol do Barcelona. De lá pra cá, transformou-se num dos mais técnicos jogadores de futebol do mundo e ajudou o time catalão a ser o primeiro na Liga dos Campeões e no campeonato europeu.
Fuentealbilla tem apenas dois mil habitantes, metade dos quais trabalha na cooperativa de vinhos da cidade. Porém, não se utiliza da tecnologia que Iniesta vai adotar sua vinícola, a Bodega Iniesta, quando estiver pronta. Castilla La Mancha, na região central do país, produz cerca de metade de todo o vinho espanhol. E é o vinho que liga o craque à sua terra natal.
Se Dom Quixote, o protagonista de Cervantes, o fidalgo que perdeu a razão por ler tantos romances de cavalaria, lutava contra moinhos de vento pensando que fossem gigantes, Iniesta sabe que terá de lutar contra a fama e a qualidade dos vinhos da região de La Rioja, gigantes de verdade. O jogador-vinicultor é muito competitivo, como vimos em campo, e está se preparando para esse jogo que não durará uma ou duas horas.
O Sancho Pança de Iniesta é o seu pai. É ele quem cuida dos investimentos de seu filho. A vinícola, quando pronta, deverá produzir 700 mil garrafas de vinhos tinto, branco e rosé por ano. A produção começará já em setembro. Iniesta pretende, já de início, exportar parte de seu vinho para a Inglaterra e Alemanha, onde poderá ser vendido em restaurantes por 40 euros a garrafa.
“Isto aqui é a Liga dos Campeões”, diz ele, comparando o negócio de vinhos com a principal competição do futebol europeu. “Se você não produz o melhor vinho, está morto”, completa.
Ele está certo: a justa fama de grande jogador e de campeão do mundo de seu filho tem de ser aproveitada, uma reputação que certamente ajudará nas vendas, embora saiba que esperará décadas para que o rótulo da sua bodega se estabeleça num mercado apinhado de ofertas.
Ao investir nove milhões de euros no negócio do vinho, Iniesta era simplesmente o meio-de-campo do Barcelona, uma senhor craque, não resta dúvida. Ele não esperou a Copa para abrir o bolso.
De qualquer modo, ser campeão mundial, o homem que fez o gol da vitória da Espanha, será um excelente negócio. Mas ele sabe que será melhor ainda para seus netos.
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