4.5.11

Do Velho e do Novíssimo Mundo

Pol Roger no casório real. Apenas um borbulhante ponto final na coluna passada: o Champagne Pol Roger Brut Reserve Non Vintage foi a servida na recepção que se seguiu ao casamento de do Príncipe William com Miss Catherine Middlenton, no último dia 29. Os espumantes ingleses ficaram de fora, desta vez (mas foram servidos nos aniversário de 80 anos de Elizabeth II).

De certa maneira, o casório também terminou em vinho. Os agora Duque e Duquesa de Cambridge deixaram o Palácio de Buckingham num conversível Aston Martin, um raro esportivo que o pai do noivo, Charles, o ex de Lady Di, ganhou de sua mãe, a Rainha Elizabeth II, quando fez 21 anos, em 1969. Anos mais tarde, o Príncipe de Gales, impregnado de causas ambientalistas, mandou converter o carrinho para etanol – etanol feito de sobras de vinhos ingleses. O carro, um rarp DB6 MKII Volante, tem seis cilindros e consome 3,5 km por litro, pouco mais que uma garrafa de Chardonnay. Bebe bem o carrinho real.

O Champanhe da Escuna. A história dos espumantes está entrançada com a das realezas. Em julho de 2010, um grupo de mergulhadores descobriu ao largo do arquipélago das ilhas Aland, entre a Finlândia e a Suécia, uma escuna de dois mastros, que em algum momento do século 19 teria naufragado e pousado a 50 metros de profundidade. Aland é uma província independente, de língua sueca. A escuna está bem preservada e mais ainda a grande quantidade de Champagne encontrada na sua carga: 172 garrafas feitas à mão, bem preservadas a uma temperatura de 4 graus, sob forte pressão e fechadas com rolhas de cortiça. Um verdadeiro tesouro.

São garrafas que representam o legado das casas Juglar (hoje Jacquesson, fundada em 1798), Heidsieck (fundada em 1785) e Veuve Clicquot (fundada em 1772). A escuna partiu de onde, seguia para onde? Isso ninguém sabe. Mas se estava navegando pelo Báltico e carregava Champagne de alta qualidade, é quase certo que seu destino seria o imperador russo em São Petersburgo, talvez o maior cliente das casas de Champagne. De qualquer modo, tornaram-se as mais antigas garrafas de Champagne no mundo.

E novembro de 2011, algumas dessas garrafas foram provadas por uma Master of Wine, Essi Avellan. Ela foi a primeira MW da Finlândia e a segunda dos países Nórdicos. “Doces, cor dourada, com aromas de mel e de torrada, notavelmente frescos e vivos”, afirmou a mestre degustadoras. Considerou a Juglar “mais harmoniosa e completa e a Veuve Clicquot tremendamente pungente”.

Essas preciosidades serão leiloadas pela casa Acker Merral & Condit a partir de três de junho em Aland. Impossível imaginar o preço. Mas o destino está selado: esse tesouro abandonará a realeza e cairá em mãos plebeias (aquela facção que tem os bolsos gordíssimos).

Vinhos do Novo, Novo Mundo. Outro dia falei que os vinhos brasileiros já apareciam entre os maiores produtores de vinho do mundo (veja Negócio da China). Do mercado global, em 2010, tínhamos 2%, entre os vinhos parados.

Agora, nossos vinhos vão debutar no estrelado e reputadíssimo Decanter New World Fine Wine Encounter, promovido pela respeitada revista inglesa Decanter. As mais renomadas vinícolas da Argentina, Chile, Austrália, África do Sul, Brasil e Estados Unidos apresentarão seus melhores vinhos no Landmark Hotel, em Londres, dia 14 de maio. E serão provadas pela fina flor da crítica mundial.

Já no título da matéria, a revista destaca a presença brasileira “Vinhos de Nova York e do Brasil debutam na Decanter World Fina Wine Encounter”. Paralelamente às apresentações no Landmark, vamos mostrar a diversidade de nossas regiões vinícolas no New World Discovery Theatre.

Num estudo chamado “Wine in the World as we approach2050”, realizado pelo Comité National des Conseillers du Commerce Extérieur de la France (CNCCEF), é tido como certo que países como o Brasil se tornarão ameaças para a expansão do vinho naquele país. Pelo estudo, a liderança do setor na América Latina ficará a cargo do Brasil, da Argentina e do México. Nessa ordem.

O trabalho também estabelece uma nova nomenclatura para o mundo do vinho no futuro próximo: Europa (para a área que chamamos hoje de Velho Mundo), Novo Mundo (South Africa, Argentina, Austrália, Chile, e Estados Unidos). E, por fim, Novo, Novo Mundo, destacando os BRICs: Brasil, China e Índia: eles são, conforme o trabalho do CNCCEF, o novo Eldorado para o Mundo dos Vinhos.

Da Adega

Vapor do Vinho. Dê uma olhada só em como os baianos estão promovendo os vinhos que produzem no Vale do São Francisco. E agende logo um passeio no Vapor do Vinho.

Aurora lança o Tannat 2009. Na verdade, o Reserva Tannat 2009, o seu vinho da linha Reserva, 100% Tannat, amadurecido por dez meses em barris de carvalho americano e francês. Aromas de ameixas, toques de tabaco, intenso, volumoso, grande amigo de picanhas grelhadas e costelas. A Aurora está lançando esse vinho na ExpoVinis, ao lado de rótulos premiados em concursos internacionais (como é o caso dos espumantes Brut Chardonnay, o Moscatel e o Prosecco). Consulte o site.

Dia das Mães. A Vinitude vem com opções para o Dia das Mães. O tinto chileno Château Los Boldos Carmenère Tradition 2008, o branco suíço Fendant Swiss Valley 2009, e o rosé argentino Learning to Fly Malbec Rosé 2006. Saiba mais no site.
World Wine Experience já. Não perca tempo: um dos mais importantes eventos enológicos do Brasil está para acontecer. Ele reunirá 50 produtores de 13 países diferentes, centenas de vinhos exclusivos esperando que sejam degustados por você.
Falamos do World Wine Experience, que acontece dia 5 de maio no Rio, no JW Marriot (Av. Atlântica, 2.600, Copacabana), das 15 às 21 h. Saiba como participar pelo telefone: (11) 3383-7477. Ou pelo site da World Wine.
Entre os produtores, destacamos Stellenzicht, Andeluna, Finca Sophenia, Odfjell, Viña San Pedro, Dinastía Vivanco, Louis Bouillot, Château Carignan, Château Castera, Marcel Lapierre, Bellavista, La Massa, Zenatto, Bruno Rocca, Vini Farnese, Castillo Quinta da Falorca, CARM. Eu não perderia.
O ingresso dá direito a degustação e a compras de rótulos por preços especiais. Não perca.

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