4.11.11

Saúde, Knip Schlip...

Falo primeiro de lua de mel. Tive que sair às pressas: primeiro para Campinas e em seguida São Vicente, onde fui madrinha de um casamento. Tive problemas para blogar, pois meu laptop começou a fazer greve desde Petrópolis. Em Campinas, um dos maiores centros científicos e tecnológicos do país e onde poderia colocar minha máquina funcionando novamente, o tempo foi consumido em contatos com potenciais compradores de minhas pintadas, afinal vivo disso. Resultado: corri para São Vicente: era uma das trocentas madrinhas do casamento de uma sobrinha que repentinamente lembrou-se de mim.
Sei que o sucesso de um blog depende em muito de sua frequência. E tenho blogado muito pouco. Em parte, de tempo, de viagens como essa, quando invariavelmente esqueço notas, documentos etc. em casa. E quando o laptop insiste em ficar calado. Pior é insisto em fundamentar o texto, informar sobre fontes, acrescentar referências, buscar algo novo. E isso atrapalha. Escrevo há 12 anos sobre o mesmo assunto. Muitas vezes fica difícil encontrar algo novo.
Mas o fato de ter parado em São Vicente já ajudou. A ilha paulista foi a primeira vila fundada pelos portugueses nas Américas. A expedição de Gaspar de Lemos chegou à ilha justamente no dia 22 de janeiro de 1502, que celebra São Vicente, padroeiro de Lisboa e também dos vinhateiros e vinagreiros – o que dá na mesma, tudo depende da mão de quem está fazendo a bebida: ou temos vinho ou temos vinagre.
Em tempo: de São Vicente rumei para Sampa onde o problema do laptop foi resolvido: era a bateria, que estava usando de maneira errada; quando ligo a máquina na corrente elétrica, devo retirar a bateria, o que nunca fiz. De SP para o Rio, de avião, e do Rio para a Serra de ônibus já deu para colocar esboçar minha coluna, que continua aí embaixo.
Poderia continuar a falar de outros santos padroeiros do vinho, como Santo Armando de Maastricht. Francês (584 – 675), nascido nobre, catequizador e bastante popular. É o santo padroeiro de cervejeiros, estalajadeiros, plantadores e mercadores de vinho. Falando assim, mais parece que era um alcoólico. Ah, é também o santo dos escoteiros, não me perguntem a razão.
Mas já falei de alguns padroeiros do vinho (veja aqui). Portanto, voltemos ao casamento, acontecimento que também poderia considerar para uma coluna. Pois falou em casamento, falou em lua de mel. E a lua de mel teria esse nome por um costume que data mais de dois mil anos. Na Babilônia, a noiva ganhava do pai um dote de hidromel (vinho à base de mel e água), em quantidade suficiente para pelo menos um mês de farra, período chamado para de “mês do mel” ou para o que é hoje “lua de mel”. Pelo que sei, talvez o único fermentado a desfrutar dos efeitos do pólen, a grande fonte de proteína das abelhas. Saiba mais sobre o vinho de mel ou hidromel.
Consegui chegar em Secretário na noite de 31 de outubro e nada indicava que estávamos em pleno Halloween, o dia das bruxas. A noite friiiiia, estava calma, muito calma. Como aproveitar a data nesse blog de recomeço? Foi uma velha amiga quem me ajudou.
Vocês conhecem o Maria Geek, um site, claro, para geeks, novidadeiras, doidas por tecnologia? Pois é dirigido pela Marcella Brum, minha editora em aventuras passadas (e que editora, gente). Pois ela e a Ciça Mattos bolaram esse espaço que põem a tecnologia a serviço das mulheres, tanto como entretenimento, socialização, como um instrumento de trabalho.
No Maria Geek achei uma receita do Bloody Mary, a “Maria Sanguinária” como uma lembrança de um dos muitos personagens cultuados durante o Halloween, os vampiros. No tópico “Os vampiros estão soltos” é feita referência ao Vampiraria, blog cheio de sangue e dedicado ao “sedutor submundo dos vampiros” (tenho certeza que eles não acham que o seu é um submundo). Até agora não entendi direito como uma festa nórdica veio parar por aqui e o que o Bloody Mary estaria fazendo num site de vampiros. Tá bom que tem esse “sanguinário” no nome.
O Bloody Mary foi criado por um francês, Fernand “Pete’ Petiot, barman do Harry's Bar de Paris, em 1920. Em 1934, o milionário John Astor, dono do famoso hotel St. Regis, na 5ª. Avenida, convence Fernand a se transferir dirigir o bar do hotel, onde ele apresenta o drinque, mas como o nome de Red Snapper (“Pargo Vermelho”), até que dez anos depois Astor decidiu que o nome original poderia ser do agrado do público. As receitas de ambos são absolutamente iguais. (Depois explico a história do Red Snapper).
Veja a receita do Maria Geek no filmete e saiba como fazer.
Tudo em cima? Padroeiros do vinho, origem da lua de mel, o espaço geek da amiga Marcella e suas incríveis novidades e com um drinque combinando com o dia das bruxas. Puxa, acho que já tenho uma coluna até que movimentada.
O título de hoje achei por último. Serve como um pedido de desculpas pela ausência um tanto longa. Fucei daqui, remexi dali e achei um tópico onde seu autor descobriu como brindar em dezenas de idiomas. Sabe como se brinda em zulu, língua do maior grupo étnico da África do Sul? Lá, tim tim é úugui uaua! Com todo o respeito, soa mais a grito de dor depois de uma topada. Em havaiano é Okole Maluna (sim, tem aquele gingado sensual do hula, a dança havaina); em hebreu é לְחַיִּים!, L’Chaim!; em húngaro, Egeszsegere!, que só saberia dizer sóbria. Já em grego é στην υγειά σας! (stin eyiassou!). Acho que os gregos não vão poder brindar tão cedo, pelo andar da carruagem na área do Euro. Também não sei se é só no Brasil que se dá um pro santo.
Saúde para todos e em 51 idiomas (até em marciano, como no título).
Da Adega
Aurora cheia de ouros e pratas. Cinco espumantes da vinícola foram premiados na 7ª Edição do Concurso do Espumante Brasileiro, realizado dias 25 e 26 de outubro na Câmara da Indústria e Comércio de Garibaldi, na Serra Gaúcha. O Aurora Chardonnay Brut, Aurora Moscatel e Marcus James Brut receberam medalha de ouro, enquanto os Conde de Foucauld Rosé Brut e Branco Brut ficaram com medalha de prata. Um senhor resultado, já que o concurso avaliou um total de 231 amostras de espumantes inscritas por 70 vinícolas. Saiba mais no site.
Circuito de Vinhos Brasileiros de Degustação. Olha só o estrago que essa viagem (veja cima) causou. Perdi esse evento, em particular as palestras de Marcelo Copello e de Deise Novakoski. Podia ter ficado no Rio para depois seguir para São Paulo. A coisa toda aconteceu dia 27 de outubro, no Iate Clube.
Os selecionados. Na 19ª Avaliação Nacional de Vinhos, safra 2011, realizada pela Associação Brasileira de Enologia e coordenada pela Embrapa Uva e Vinho, entre os dias 06 e 26 de agosto em Bento Gonçalves, RS, foram selecionados 16 vinhos entre 383 amostras apresentadas por 72 vinícolas, avaliados por 113 enólogos. Os vinhos foram testados às cegas:
Na Categoria Vinho Base para Espumante: 1) Chardonnay, da Domno do Brasil; 2) Chardonnay, da Casa Valduga.
Na Categoria Branco Fino Seco Não Aromático: 3) Riesling Itálico, da Cooperativa Vinícola Aurora; 4) Chardonnay, da Cooperativa Vinícola Nova Aliança; 5) Chardonnay, da Vinícola Góes & Venturini; 6) Chardonnay, da Vinícola Don Giovanni.
Na Categoria Branco Fino Seco Aromático: 7) Moscato R2, da Vinícola Perini; 8) Moscato Giallo, da Vinícola Don Guerino.
Na Categoria Rosé Seco: 9) Cabernet Sauvignon, da Vinícola Almadén.
Na Categoria Tinto Seco Jovem: 10) Merlot, da Vinícola Salton.
Na Categoria Tinto Fino Seco: 11) Merlot, da Basso Vinhos e Espumantes; 12) Merlot, da Luiz Argenta Vinhos Finos; 13) Syrah, da Vinícola Almaúnica; 14) Cabernet Sauvignon, da Rasip Agropastoril; 15) Tannat, da Vinícola Gheller; 16) Tannat, da Seival Estate.
Veja o resultado completo no site da Associação Brasileira de Enologia.

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