Leitor pede que eu recomende livros sobre vinhos. Quer “ter o maior conhecimento possível sobre a matéria”. É um pedido recorrente. Só que, antes, acho melhor fazer um rápido comentário sobre o que entendo por conhecimento.
Penso que é preciso mais horas de samba para apreciarmos um Chico Buarque do que um Adoniran Barbosa. Olha que ambos são gênios da classe. Mas um é mais simples e outro mais complexo (oferece mais elementos para a nossa degustação). No o assunto é cinema, repare nos graus de complexidade que existem num Chaplin, Hitchcock, Glauber Rocha ou Bergman. Igualmente, todos eles pilares no seu ofício, mas com diferentes escalas de acessibilidade.
Cultura – ou conhecimento – implica na conquista de habilidades para percebermos todos os atrativos e singularidades de qualquer coisa: cerveja, literatura, moda, gastronomia, fumo, arquitetura, galinha d’angola (o meu caso) etc. À medida que acumulamos essas habilidades, armazenamos mais conhecimentos.
O economista americano (nascido na Hungria) Tibor Scitosky (1910-2002), professor de Stanford, definia cultura como “essa parte do conhecimento que provê a redundância necessária para tornar um estímulo desfrutável. A cultura é a informação preliminar que se tem de possuir para gozar do processamento de informação posterior” (The Joyless Economy, Oxford, NY).
Portanto, comece por aqueles estímulos mais desfrutáveis. Se o caso é literatura policial, inicie pelo princípio, Edgard Allan Poe, Conan Doyle, Agatha Christie; e continue com Hammett, Chandler, Rex Stout, Simenon. Não esqueça os nossos: Eliane Paiva, Patrícia Melo, Tony Belloto, Luiz Alfredo Garcia-Roza. Saboreie o travesso do Mandrake, de Rubem Fonseca. Compare-o com o Maigret, com o Bellini, o Nero Wolfe ou o Poirot. Vai notar que esses personagens oferecem camadas variadas e diferenciadas de prazer. E assim acumulamos bastante conhecimento sobre o romance policial. Sem mistérios.
A mesma coisa com os vinhos. Saber sobre eles é experimentá-los, antes de tudo. Anote o que provou: cores, aromas, sabores. E siga em frente, não pare nunca. A cultura – ou conhecimento – não se nutre de teorias, mas de familiarização ou, como diz o filósofo espanhol Juan Antonio Rivera, “da freqüência a estímulos que faz com que a novidade inicial que continham para nós vá se tornando pouco a pouco reduzida”.
Um dia, você conhece um vinho novo, com uvas que nunca ouviu falar, de uma região e vinícola desconhecidas. Novidades implicam sempre num desafio à nossa capacidade de avaliação. Muita gente prefere ficar no conforto do já conhecido. Mas o desfrute máximo é quando aceitamos o risco de experimentar. A essa altura, já teremos muitos conhecimentos para avaliar devidamente qualquer novidade. Estaremos mais sabidos do que qualquer enciclopédia. Querido leitor, não pare de experimentar. Nos intervalos, leia algum livro sobre vinhos. Você vai poder até criticá-lo.
Sabores chilenos. No Brasil, a enóloga chilena Marcela Chandía, da Viña Calina, para conhecer o nosso mercado e apresentar seus vinhos. Entre eles, o Calina Chardonnay Reserva 2004, o Calina Carbernet Sauvignon Reserva 2006 e o Alcance Carmenère 2005. A Viña Calina é uma das vinícolas de maior sucesso no Chile. A enóloga vem a convite da importadora World Wine.
Penso que é preciso mais horas de samba para apreciarmos um Chico Buarque do que um Adoniran Barbosa. Olha que ambos são gênios da classe. Mas um é mais simples e outro mais complexo (oferece mais elementos para a nossa degustação). No o assunto é cinema, repare nos graus de complexidade que existem num Chaplin, Hitchcock, Glauber Rocha ou Bergman. Igualmente, todos eles pilares no seu ofício, mas com diferentes escalas de acessibilidade.
Cultura – ou conhecimento – implica na conquista de habilidades para percebermos todos os atrativos e singularidades de qualquer coisa: cerveja, literatura, moda, gastronomia, fumo, arquitetura, galinha d’angola (o meu caso) etc. À medida que acumulamos essas habilidades, armazenamos mais conhecimentos.
O economista americano (nascido na Hungria) Tibor Scitosky (1910-2002), professor de Stanford, definia cultura como “essa parte do conhecimento que provê a redundância necessária para tornar um estímulo desfrutável. A cultura é a informação preliminar que se tem de possuir para gozar do processamento de informação posterior” (The Joyless Economy, Oxford, NY).
Portanto, comece por aqueles estímulos mais desfrutáveis. Se o caso é literatura policial, inicie pelo princípio, Edgard Allan Poe, Conan Doyle, Agatha Christie; e continue com Hammett, Chandler, Rex Stout, Simenon. Não esqueça os nossos: Eliane Paiva, Patrícia Melo, Tony Belloto, Luiz Alfredo Garcia-Roza. Saboreie o travesso do Mandrake, de Rubem Fonseca. Compare-o com o Maigret, com o Bellini, o Nero Wolfe ou o Poirot. Vai notar que esses personagens oferecem camadas variadas e diferenciadas de prazer. E assim acumulamos bastante conhecimento sobre o romance policial. Sem mistérios.
A mesma coisa com os vinhos. Saber sobre eles é experimentá-los, antes de tudo. Anote o que provou: cores, aromas, sabores. E siga em frente, não pare nunca. A cultura – ou conhecimento – não se nutre de teorias, mas de familiarização ou, como diz o filósofo espanhol Juan Antonio Rivera, “da freqüência a estímulos que faz com que a novidade inicial que continham para nós vá se tornando pouco a pouco reduzida”.
Um dia, você conhece um vinho novo, com uvas que nunca ouviu falar, de uma região e vinícola desconhecidas. Novidades implicam sempre num desafio à nossa capacidade de avaliação. Muita gente prefere ficar no conforto do já conhecido. Mas o desfrute máximo é quando aceitamos o risco de experimentar. A essa altura, já teremos muitos conhecimentos para avaliar devidamente qualquer novidade. Estaremos mais sabidos do que qualquer enciclopédia. Querido leitor, não pare de experimentar. Nos intervalos, leia algum livro sobre vinhos. Você vai poder até criticá-lo.
Sabores chilenos. No Brasil, a enóloga chilena Marcela Chandía, da Viña Calina, para conhecer o nosso mercado e apresentar seus vinhos. Entre eles, o Calina Chardonnay Reserva 2004, o Calina Carbernet Sauvignon Reserva 2006 e o Alcance Carmenère 2005. A Viña Calina é uma das vinícolas de maior sucesso no Chile. A enóloga vem a convite da importadora World Wine.
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