Pois é: jogaram no ventilador da Wine Spectator: ela concedeu um “Prêmio de Excelência” por sua lista de vinhos a um restaurante inexistente, obra de um iconoclasta, autor e blogueiro Robin Goldstein. Veja o post abaixo: “O Zizinho estava certo”.
O Editor Executivo da WS, Thomas Matthews, explicou que a revista foi vítima de uma “trapaça visando publicidade”, que o programa “Restaurant Awards” existe desde 1981 para “encorajar restaurante a melhorar seus planos quanto aos vinhos”, já tendo avaliado mais de 45 mil cartas de vinho. Revelou que realmente a revista não visita cada restaurante do programa e que cerca a terça parte dos inscritos em 2008 não conseguiu qualquer premiação. Afirmou que telefonaram para o restaurante várias vezes, mas deram com uma secretária eletrônica. Encontraram, pelo Google, a casa no seu endereço em Milão e a mesma enviou um link para um website que listava pratos e vinhos oferecidos pela virtual Osteria.
Matthews negou aos Los Angeles Times que o objetivo do prêmio seja gerar receita para a revista: “O programa foi feito para reconhecer os esforços feitos pelos restaurantes em melhorar suas listas de vinhos; os prêmios contribuíram para a crescente popularidade do vinho desde que o programa começou em 1981”.
A revista costuma ser apelidada “Wine Speculator” por seus críticos (“especuladora”, quem conjectura sem conhecer os fatos ou envolta em interesse, lucro). A WS é muito poderosa, a mais famosa publicação sobre vinhos do mundo (ao lado da inglesa Decanter). Como todo Golias, está sujeita a pedradas e rasteiras. Concordo que seja uma grande divulgadora do vinho, mas não com a sua voz de dona da verdade.
Ganhar esse prêmio e colocá-lo na parede, ter o nome da casa na revista e no seu site é justa ambição de muitos restaurantes em todo o mundo. É uma forma de marketing e publicidade: custa apenas US$ 250,00. E é fácil obtê-lo. Esse ano houve 4.500 inscrições. E todas, menos 319, ganharam prêmios de Excelência e alguns outros com mais predicados. No total, a revista faturou mais de US$ 1 milhão com o programa, o que é um bocado de dinheiro em qualquer lugar.
Robin Goldstein explicou que seu objetivo foi expor “os critérios duvidosos utilizados pela revistas em seus prêmios para culinária e vinho”. A lista que criou para a Osteria l’Intrepido é composta de vinhos avaliados acidamente pelos críticos da WS. Na sua escala de 100 pontos, entre 50-75, o vinho não é recomendado. Um vinho medíocre é o que fica entre 75-79. Por exemplo, na lista temos o Amarone Clássico Tedeschi 1998, com 65 pontos (“... bolorento e cansado...”). O Amarone Clássico ‘La Fabriseria’ Tedeschi 1998 ficou nos 60 pontos (“... Inaceitável. Aroma de inseticida...”). Já o Brunello ‘La Casa’ Tenuta Capararzo 1982 chegou aos 67 pontos (“... Aromas de cocheira...”). Não há um vinho “bom” nessa lista (entre 80 e 84 pontos).
Esse formato de premiação está evidentemente sujeito a “abusos”, especialmente nesses tempos de Internet. Agora, atacar os blogueiros, como fez James Mollesworth, Editor Senior da revista, é enfiar a carapuça: “Esse é o problema da blogosfera. É o jornalismo de preguiçosos. Ninguém faz pesquisa pra valer, apenas sapecam num link e jogam alguma conjectura na parede e pronto, conseguem alguma audiência e tráfego...”
É conjectura o fato de que a revista fature muito bem com restaurantes que não visita e com listas de vinhos que não analisa? E, no caso, vinhos cotados como medíocres por ela mesma e de tal forma que se fossem avaliados a sério a Osteria l’Intrepido seria eliminada. O que o nosso Davi fez foi levantar o tapete e descobrir que esse prêmio que está fazendo água. Não foi jornalismo de preguiçosos. Robin teve ter tido uma trabalheira danada. E quem abusou de quem aqui?
Olha que esse foi um golpe revelado pelo autor. Será que outros restaurantes também não inventaram listas e agora se promovem com diplomas vazios? E os que fizeram tudo certinho? Têm o direito de pensar que o que interessou mesmo foi a grana e que sua lista sequer foi considerada.
Peço licença ao grande Drummond e à sua querida Itabira: o Prêmio de Excelência da Wine Spectator é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!
Matthews negou aos Los Angeles Times que o objetivo do prêmio seja gerar receita para a revista: “O programa foi feito para reconhecer os esforços feitos pelos restaurantes em melhorar suas listas de vinhos; os prêmios contribuíram para a crescente popularidade do vinho desde que o programa começou em 1981”.
A revista costuma ser apelidada “Wine Speculator” por seus críticos (“especuladora”, quem conjectura sem conhecer os fatos ou envolta em interesse, lucro). A WS é muito poderosa, a mais famosa publicação sobre vinhos do mundo (ao lado da inglesa Decanter). Como todo Golias, está sujeita a pedradas e rasteiras. Concordo que seja uma grande divulgadora do vinho, mas não com a sua voz de dona da verdade.
Ganhar esse prêmio e colocá-lo na parede, ter o nome da casa na revista e no seu site é justa ambição de muitos restaurantes em todo o mundo. É uma forma de marketing e publicidade: custa apenas US$ 250,00. E é fácil obtê-lo. Esse ano houve 4.500 inscrições. E todas, menos 319, ganharam prêmios de Excelência e alguns outros com mais predicados. No total, a revista faturou mais de US$ 1 milhão com o programa, o que é um bocado de dinheiro em qualquer lugar.
Robin Goldstein explicou que seu objetivo foi expor “os critérios duvidosos utilizados pela revistas em seus prêmios para culinária e vinho”. A lista que criou para a Osteria l’Intrepido é composta de vinhos avaliados acidamente pelos críticos da WS. Na sua escala de 100 pontos, entre 50-75, o vinho não é recomendado. Um vinho medíocre é o que fica entre 75-79. Por exemplo, na lista temos o Amarone Clássico Tedeschi 1998, com 65 pontos (“... bolorento e cansado...”). O Amarone Clássico ‘La Fabriseria’ Tedeschi 1998 ficou nos 60 pontos (“... Inaceitável. Aroma de inseticida...”). Já o Brunello ‘La Casa’ Tenuta Capararzo 1982 chegou aos 67 pontos (“... Aromas de cocheira...”). Não há um vinho “bom” nessa lista (entre 80 e 84 pontos).
Esse formato de premiação está evidentemente sujeito a “abusos”, especialmente nesses tempos de Internet. Agora, atacar os blogueiros, como fez James Mollesworth, Editor Senior da revista, é enfiar a carapuça: “Esse é o problema da blogosfera. É o jornalismo de preguiçosos. Ninguém faz pesquisa pra valer, apenas sapecam num link e jogam alguma conjectura na parede e pronto, conseguem alguma audiência e tráfego...”
É conjectura o fato de que a revista fature muito bem com restaurantes que não visita e com listas de vinhos que não analisa? E, no caso, vinhos cotados como medíocres por ela mesma e de tal forma que se fossem avaliados a sério a Osteria l’Intrepido seria eliminada. O que o nosso Davi fez foi levantar o tapete e descobrir que esse prêmio que está fazendo água. Não foi jornalismo de preguiçosos. Robin teve ter tido uma trabalheira danada. E quem abusou de quem aqui?
Olha que esse foi um golpe revelado pelo autor. Será que outros restaurantes também não inventaram listas e agora se promovem com diplomas vazios? E os que fizeram tudo certinho? Têm o direito de pensar que o que interessou mesmo foi a grana e que sua lista sequer foi considerada.
Peço licença ao grande Drummond e à sua querida Itabira: o Prêmio de Excelência da Wine Spectator é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!
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