O primeiro vinho brasileiro Ed McCarthy provou há menos de 20 anos: o Marcus James, da Aurora. Não ficou muito bem impressionado. Voltou recentemente ao Brasil e o panorama mudou. Acho que muitos leitores já conhecem Ed McCarthy, crítico de vinhos, co-autor de um senhor best-seller, “Vinho para Leigos” (“Wine for Dummies”, com Mary Ewing-Mulligan) e autor de vários sucessos da série “Dummies”: “Vinho branco para leigos”, “Vinho tinto para leigos”, “Vinho francês para leigos” etc. Contribui regularmente para revistas especializadas e numa delas, a Wine Review Online, na qual faz um registro sobre esse retorno aos nossos pagos.
Em primeiro lugar, ele acha que logo, logo, os consumidores norte-americanos estarão familiarizados com nossos vinhos. Acha que conseguirão a mesma popularidade dos argentinos e chilenos. “Hoje, diz ele, o Brasil é o quinto maior produtor de vinhos do hemisfério sul – depois da Argentina, Austrália, África do Sul e Chile, e, sim, é maior do que a Nova Zelândia, cujos vinhos conhecemos bem há mais de 15 anos”.
Ed registra o interesse crescente do brasileiro pelos vinhos, visita a nossa principal área produtora, no Rio Grande do Sul, aponta para a importante contribuição dos imigrantes italianos e para o clima temperado do RS. E comenta sobre alguns de nossos problemas: se não somos ainda um país enófilo o devemos em grande parte ao governo, “que ainda taxa os vinhos do país em até 50%”.
Fala das vinícolas que conheceu agora. “Uma grande cooperativa, a Cooperativa Vinícola Aurora, e duas grandes vinícolas, a Salton e a Miolo, dominam os mercados doméstico e de exportação, embora pelo menos 18 outras vinícolas estejam já exportando seus vinhos para todo o mundo.” E cita nossos principais mercados: EUA, Alemanha, Suíça, República Checa e Holanda, com o Canadá e Singapura crescendo rapidamente.
Na sua volta, verificou que o Marcus James continua à venda (inclusive nos EUA), mas que os melhores vinhos da cooperativa são aqueles comercializados com o seu próprio nome: Aurora. Ed visitou oito vinícolas e provou vinhos de pelos menos outras oito, a maioria no Vale dos Vinhedos.
“Minha primeira surpresa agora foi que quase todas as vinícolas produzem tanto espumantes quanto vinhos parados e em geral de muito boa qualidade”. Experimentou espumantes feitos pelos Métodos Tradicional e Charmat e também os frisantes ao estilo do Moscato d’Asti, com a Moscatel, que achou “excepcionais”.
Impressionou-o bem a quantidade de variedades que estamos utilizando em nossos vinhos parados. Destacou a Tannat, que aqui é mais frutada e menos tânica; a Cabernet Franc e a Teroldego. Achou melhor a Cabernet Franc da Casa Valduga: “sabor intenso, grande estrutura”. Embora produzido por poucas vinícolas, adorou todos os vinhos com a Teroldego (principal variedade tinta da região italiana de Trentino-Alto Adige). “A versão brasileira tem menos taninos e mais frutos do que o original italiano”.
Degustou também outras das varietais aclimatadas aqui: Tempranillo (gostou), Pinot Noir (apenas correto), Syrah/Shiraz, Barbera, Gamay, Malbec, Ancellota (italiana da Emilia-Romagna), Marselan (francesa, cruza da Cabernet Sauvignon com a Grenache) e a Nebbiolo (da Lídio Carraro, “muito boa, com o caráter da Nebbiolo original”).
Achou muito bons os brancos que provou. “Os Chardonnay são competentes, mas não espetaculares. Preferi os Sauvignon Blanc”. Gostou também do Pinot Grigio e do Viognier da Miolo, e do Gewürztraminer da Famiglia Valduga.
Miolo e Salton, segundo ele, têm seus vinhos bem distribuídos nos EUA. Indicou em particular os vinhos “Reserva da Família”, da Salton, “e especialmente sua linha Volpi”. Achou os vinhos da Miolo de “primeira categoria”. Os da Famiglia Valduga, da Lídio Carraro e da Aurora também os impressionaram. Como também os vinhos da Pizzato, Luiz Argenta, Perini, Courmayeur, Don Laurindo (estas do RS) e da catarinense Panceri.
Ed McCarthy tem seu valor como crítico de vinhos consagrado pela série “Vinho para Leigos”, competentes guias, feitos com extremo cuidado e correção. Seus comentários vão ajudar certamente a promover os nossos vinhos. O Ed andou um bocado para prová-los, leitor. Você não vai precisar de tanta trabalheira.
Para o crítico americano, nossos vinhos são bem produzidos, interessantes e com bons preços. “Visitei o Brasil com poucas expectativas. Retornei impressionado”. Não vou ficar surpresa se em breve o Ed publique “Vinhos Brasileiros para Leigos”.
Em primeiro lugar, ele acha que logo, logo, os consumidores norte-americanos estarão familiarizados com nossos vinhos. Acha que conseguirão a mesma popularidade dos argentinos e chilenos. “Hoje, diz ele, o Brasil é o quinto maior produtor de vinhos do hemisfério sul – depois da Argentina, Austrália, África do Sul e Chile, e, sim, é maior do que a Nova Zelândia, cujos vinhos conhecemos bem há mais de 15 anos”.
Ed registra o interesse crescente do brasileiro pelos vinhos, visita a nossa principal área produtora, no Rio Grande do Sul, aponta para a importante contribuição dos imigrantes italianos e para o clima temperado do RS. E comenta sobre alguns de nossos problemas: se não somos ainda um país enófilo o devemos em grande parte ao governo, “que ainda taxa os vinhos do país em até 50%”.
Fala das vinícolas que conheceu agora. “Uma grande cooperativa, a Cooperativa Vinícola Aurora, e duas grandes vinícolas, a Salton e a Miolo, dominam os mercados doméstico e de exportação, embora pelo menos 18 outras vinícolas estejam já exportando seus vinhos para todo o mundo.” E cita nossos principais mercados: EUA, Alemanha, Suíça, República Checa e Holanda, com o Canadá e Singapura crescendo rapidamente.
Na sua volta, verificou que o Marcus James continua à venda (inclusive nos EUA), mas que os melhores vinhos da cooperativa são aqueles comercializados com o seu próprio nome: Aurora. Ed visitou oito vinícolas e provou vinhos de pelos menos outras oito, a maioria no Vale dos Vinhedos.
“Minha primeira surpresa agora foi que quase todas as vinícolas produzem tanto espumantes quanto vinhos parados e em geral de muito boa qualidade”. Experimentou espumantes feitos pelos Métodos Tradicional e Charmat e também os frisantes ao estilo do Moscato d’Asti, com a Moscatel, que achou “excepcionais”.
Impressionou-o bem a quantidade de variedades que estamos utilizando em nossos vinhos parados. Destacou a Tannat, que aqui é mais frutada e menos tânica; a Cabernet Franc e a Teroldego. Achou melhor a Cabernet Franc da Casa Valduga: “sabor intenso, grande estrutura”. Embora produzido por poucas vinícolas, adorou todos os vinhos com a Teroldego (principal variedade tinta da região italiana de Trentino-Alto Adige). “A versão brasileira tem menos taninos e mais frutos do que o original italiano”.
Degustou também outras das varietais aclimatadas aqui: Tempranillo (gostou), Pinot Noir (apenas correto), Syrah/Shiraz, Barbera, Gamay, Malbec, Ancellota (italiana da Emilia-Romagna), Marselan (francesa, cruza da Cabernet Sauvignon com a Grenache) e a Nebbiolo (da Lídio Carraro, “muito boa, com o caráter da Nebbiolo original”).
Achou muito bons os brancos que provou. “Os Chardonnay são competentes, mas não espetaculares. Preferi os Sauvignon Blanc”. Gostou também do Pinot Grigio e do Viognier da Miolo, e do Gewürztraminer da Famiglia Valduga.
Miolo e Salton, segundo ele, têm seus vinhos bem distribuídos nos EUA. Indicou em particular os vinhos “Reserva da Família”, da Salton, “e especialmente sua linha Volpi”. Achou os vinhos da Miolo de “primeira categoria”. Os da Famiglia Valduga, da Lídio Carraro e da Aurora também os impressionaram. Como também os vinhos da Pizzato, Luiz Argenta, Perini, Courmayeur, Don Laurindo (estas do RS) e da catarinense Panceri.
Ed McCarthy tem seu valor como crítico de vinhos consagrado pela série “Vinho para Leigos”, competentes guias, feitos com extremo cuidado e correção. Seus comentários vão ajudar certamente a promover os nossos vinhos. O Ed andou um bocado para prová-los, leitor. Você não vai precisar de tanta trabalheira.
Para o crítico americano, nossos vinhos são bem produzidos, interessantes e com bons preços. “Visitei o Brasil com poucas expectativas. Retornei impressionado”. Não vou ficar surpresa se em breve o Ed publique “Vinhos Brasileiros para Leigos”.
Da Adega.
Domno, a nova empresa dos Valduga. O Grupo Famiglia Valduga acaba de abrir a Domno do Brasil, que cuidará da importação de vinhos e da elaboração e exportação de espumantes. Ou seja, o grupo está seguro do crescimento do setor no Brasil. A nova empresa já está operando em Garibaldi, a terra dos espumantes desde agosto de 2008. Veja só no site o belo prédio (60 mil m2) onde funciona.
No braço dedicado aos espumantes, a Domno já oferece o Ponto Nero (ou ●Nero), versões Brut (Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico) e Moscatel (100% Moscato, estilo Asti, que o Ed McCarthy achou excepcional). Ambas as versões em garrafas de 750 e 187 ml (embalagem prática, ajudando a relaxar o conceito de que espumantes são apenas para ocasiões especiais). A Domno também vai passar a produzir a linha Alto Vale (anteriormente com a Famiglia Valduga): espumantes feitos pelo processo Charmat, nas versões Brut (Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico) e Demi Sec. Nessa linha, ainda, um Cabernet Sauvignon num bag-in-box de 5 litros.
Quanto aos importados, a nova empresa já está distribuindo os vinhos do argentino Carlos Pulenta, produzidos pela sua vinícola em Luján de Cuyo, Mendoza. Teremos as linhas Tomero, Árido e Vistalba, o Corte A, Corte B e Corte C. Os vinhos da argentina Sottano serão brevemente comercializados, bem como rótulos chilenos e de outros países.
O Gerente Geral da Domno Brasil, Jones Valduga, garante que o objetivo é inovar sempre e “colocar na mesa do consumidor brasileiro o que há de melhor no mundo enológico”.
Domno, a nova empresa dos Valduga. O Grupo Famiglia Valduga acaba de abrir a Domno do Brasil, que cuidará da importação de vinhos e da elaboração e exportação de espumantes. Ou seja, o grupo está seguro do crescimento do setor no Brasil. A nova empresa já está operando em Garibaldi, a terra dos espumantes desde agosto de 2008. Veja só no site o belo prédio (60 mil m2) onde funciona.
No braço dedicado aos espumantes, a Domno já oferece o Ponto Nero (ou ●Nero), versões Brut (Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico) e Moscatel (100% Moscato, estilo Asti, que o Ed McCarthy achou excepcional). Ambas as versões em garrafas de 750 e 187 ml (embalagem prática, ajudando a relaxar o conceito de que espumantes são apenas para ocasiões especiais). A Domno também vai passar a produzir a linha Alto Vale (anteriormente com a Famiglia Valduga): espumantes feitos pelo processo Charmat, nas versões Brut (Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico) e Demi Sec. Nessa linha, ainda, um Cabernet Sauvignon num bag-in-box de 5 litros.
Quanto aos importados, a nova empresa já está distribuindo os vinhos do argentino Carlos Pulenta, produzidos pela sua vinícola em Luján de Cuyo, Mendoza. Teremos as linhas Tomero, Árido e Vistalba, o Corte A, Corte B e Corte C. Os vinhos da argentina Sottano serão brevemente comercializados, bem como rótulos chilenos e de outros países.
O Gerente Geral da Domno Brasil, Jones Valduga, garante que o objetivo é inovar sempre e “colocar na mesa do consumidor brasileiro o que há de melhor no mundo enológico”.
Um comentário:
Eu estive recentemente em Flores da Cunha e Bento Gonçalves, meu preconceito com o vinho brasileiro caiu por terra.
Fiquei impressionado com a qualidade dos vinhos encontrados por lá.
Apesar continuar nao gostando dos produtos da Miolo, conheci viniculas muito boas, recomendo Luiz Argenta (Brut Rosé maravilhoso, ValdeMiz (linha de vinhos finos da família Mioranza, que tem preços ótimos) e a Angheben, vínicula pequena que é distribuida Brasil a fora pela importadora Vinci Vinhos...
Gosto tb dos produtos da Dal Pizzol...
Eu sou sommelier e as cartas de vinhos dos meus restaurantes quase não tinham tintos nacionais e estavam repletos de vinhos ordinarios de outros países... Erro que já estou corrigindo!
valeu!
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