27.5.09

Glossário em progresso

Assyrtiko. A mais conhecida e das melhores uvas brancas da Grécia. É também das mais antigas: tem origem na ilha de Santorini, onde é a mais cultivada. Produz vinhos secos com aromas cítricos e florais, com um retrogosto mineral, de terra, em razão do solo vulcânico da ilha. Entre 1620-1640 A.C. uma erupção vulcânica destruiu completamente a civilização existente na ilha. Tudo o que restou foi lava, um solo coberto por cinzas e pedras-pomes, o que resultou na criação de um solo compacto e poroso, chamado “aspa”. Arqueólogos descobriram em Santorini a vila de Acrotiri, a mais antiga e melhor preservada da Idade do Bronze, na Europa, com vestígios da cultura Minoana.
Além de potes e ornamentos encontraram também sementes de uvas carbonizadas e inúmeras ânforas para armazenar vinho, evidência do cultivo da vinha e da produção da bebida. É irônico, mas foi a “aspa”, aquele solo criado pelas lavas que preservaram esse registro da civilização grega. O atual vinhedo de Santorini continua o mesmo plantado após a erupção do vulcão. É, assim, um dos mais antigos do mundo, uma jóia especialíssima da herança viticultural européia.
Além da Assyrtiko, em Santorini também são plantados a Athiri, a Aidani e a Mandelaria, entre outras, todas de vinhas originais. Veja um pouco dos vinhedos e vinhos de Santorini, aqui.
Vinsanto. É o nome dado a um tradicional e histórico vinho doce feito com uvas secas ao sol, originárias de Santorini. Daí Vinsanto: Vinsanto(rini). É feito com as brancas Assyrtiko, Athiri e Aidani.
Vin Santo. Por favor, não confunda o Vinsanto acima com esse: Vin Santo (Vinho Santo) é também um vinho de sobremesa, mas italiano. Um vinho da Toscana feito com as uvas Trebbiano e Malvasia.
Dizem que em 1348, em Siena, na Toscana, Itália, um frade franciscano tratava as vítimas de uma praga com o vinho normalmente usado para celebrar missas. Logo acharam que o vinho tinha propriedades milagrosas.
Uma segunda versão vem de Florença, capital da Toscana, e data de 1539: num concílio realizado na cidade, o patriarca grego Basilius Bessarion, ao provar um vinho comentou: “Esse é um vinho de Xantos”, provavelmente aludindo aos vinhos gregos doces feitos com uvas passas (secas ao sol) na ilha de Santorini. Quem estava ao lado, ouviu mal e “Xantos” (que em grego significa amarelo, geralmente a cor desse estilo de vinho) imediatamente virou “Santo”.
De qualquer modo, Vin Santo é o histórico vinho doce da Toscana. E apesar das lendas envoltas em milagres, nunca foi um “vinho de missa”. Mas o pecado é não acharmos as suas versões verdadeiras e não nos confundirmos com as ofertas comerciais que lotam as prateleiras das lojas.
Essa versão autêntica é muito trabalhosa e demorada de fazer. Ela se apresenta numa variedade de estilos, das versões meio-doces àquelas densas, quase um xarope. O que todas têm em comum é tom de noz, de frutos secos e notas minerais. Os preços altos são também comuns: uma garrafa de 375 ml pode custar, em Florença, os seus 40 euros.
Por séculos, os vinicultores separam uma porção das melhores variedades brancas locais, normalmente a Trebbiano ou a Malvasia para produzir o seu Vin Santo. Depois de deixar as uvas secando por algum tempo, as levam para pequenos barris (chamados de caratelli), os selam (normalmente com cimento – sim, cimento) e os deixam no sótão de suas casas, à mercê do tempo, do calor e do frio, por até 10 anos. Muitos produtores já racionalizaram alguns dos elementos desse antigo método. Mas o básico é o mesmo, com as forças da natureza tomando o papel principal.
Olho de Perdiz. Se, por um acaso, encontramos no rótulo de um Vin Santo a inscrição “Occhio di Pernice” (“Olha de Perdiz”) não estranhe. É o que o vinho foi feito com uma uva tinta, normalmente a Sangiovese.
Magdaleine Noir de Charentes. Há 12 anos os cientistas descobriram quem eram os pais da Cabernet Sauvignon: nada mais, nada menos do que a Cabernet Franc e a Sauvignon Blanc, numa cruza espontânea, ocorrida nos vinhedos, pois em tempos passados era comum variedades diferentes conviverem no mesmo vinhedo.
E a Merlot, foi gerada por quem? Ele é a variedade mais cultivada no mundo, símbolo da margem direita de Bordeaux, do Pomerol e de Saint Emilion. Pois identificaram sua mãe numa variedade desconhecida, muito pouco cultivada em áreas do sudoeste da França. Ela era chamada de Raisin de la Madeleine. Mas considerando que lotes delas frutificavam também em áreas de Charentes, os cientistas a batizaram de Magdeleine Noire dês Charentes. Seu marido (e pai da Merlot) é a Cabernet Franc.
Como qualquer deusa grega que se preze, nossa Magdeleine deu outros frutos, de outros pais. Ela também é a mãe da Malbec, numa feliz relação com a Prunelard Noir, e da Mourtés, numa rápida escapadela com a Penouille.
Da Adega
Degustação de Vinhos da Espanha
. Vamos ter agora em São Paulo a já tradicional degustação de vinhos espanhóis, o segundo maior produtor e exportador mundial e o país com a maior superfície vinícola. Quem é do ramo não pode faltar.
36 produtores, a maioria ainda desconhecida no Brasil, apresentarão no próximo dia 3 de junho, as suas garrafas. E ele não vêm só com a famosa Tempranillo: vamos conhecer também o que podem a Garnacha, Mazuelo, Cariñena, Albariño, Palomina, entre outras, além de suas versões das internacionais Cabernet, Merlot, Syrah, Chardonnay etc.
O evento será realizado no Grand Hyatt São Paulo (Av. das Nações Unidas, 13.3001, Salas Palm Ball Room).
Programação: das 12 às 15h, atendimento a importadores, imprensa, formadores de opinião e compradores locais cadastrados. Das 16 às 21h, profissionais do setor, compradores de lojas, supermercados, varejo em geral e demais convidados.
Às 19h teremos uma palestra com o Dr. Arthur P. Azevedo, médico, jornalista e crítico de vinhos, editor da revista Wine Style e Diretor da Associação Brasileira de sommeliers – São Paulo.
O suco de uva que emagrece. Pesquisa realizada pela nutricionista Melissa Machado da Silva, da Universidade Paranaense – Unipar, apurou que o suco da marca Sinuelo, de uvas tintas é potencialmente um “inibidor de radicais livres.
A pesquisa foi realizada em laboratórios, com ratos da linhagem Wistar, os mais utilizados nessas pesquisas. Um dos grupos de ratos foi alimentado com ração, sua dieta padrão. Um segundo grupo, teve a ração melhorada com suco de uva tinta Sinuelo, sem adição de açúcar.
Os ratos desse segundo grupo perderam peso e reduziram o índice de glicose, mesmo recebendo quantidades equivalentes de ração. Os níveis plasmáticos de glicose dos ratinhos que receberam o suco foram também menores do que os companheiros que não ingeriram a bebida. Daí concluir a nutricionista que os fenóis existentes na bebida agem sobre o peso corporal e também sobre a glicose, “reduzindo a ocorrência de síndrome metabólica”, relacionada com a obesidade e a diabetes e igualmente ao desenvolvimento de doenças coronarianas.
O suco Sinuelo, produzido pela vinícola
Irmãos Molon, de São Marcos, RS, não utiliza conservantes e na sua versão tinta, aqui referida, não adiciona açúcar.
Mais informações com a
Núcleo Comunicação e Marketing.

Nenhum comentário: