22.10.09

Os meus azeites

Perdi a degustação de azeites espanhóis na terça, dia 20, no Atelier Claude Troisgros. Além da degustação, houve uma aula do Gustavo Capuano, diretor da D’Olivino, empresa que importa mais de 90 variedades de azeites. Olha que quem promoveu o evento foi a embaixada da Espanha, o maior produzir de azeite do mundo (responde por 60% da produção da União Européia).
Adoro azeite. Não podia faltar a esse evento. Estou irritada até agora. Estou cá com “meus azeites”, como diria minha vó.
Como os vinhos, os azeites refletem suas regiões de origem, duas datas de colheita (ou safras), seus microclimas, as diferentes variedades de seus frutos e podem ser classificados em diferentes categorias de sabores, muitas vezes similares às dos vinhos: frutados a fragrantes, delicados, herbáceos. Mas somente alguns azeites podem ser descritos como oleosos e apimentados. Um vinho pode ser também apimentado, mas nunca oleoso e apimentado.
Agora, degustar azeite de oliva é bem diferente do que degustar vinho. Pelo menos, em parte. Em primeiro lugar, engolimos o azeite, o que não acontece com o vinho, quando o degustador apenas bochecha a bebida e a cospe em seguida.
Eu provo azeite da seguinte maneira: coloco uma ou duas colheres de sopa num copo e o aqueço com uma das mãos. Com a outra, tampo a boca do copo. Ao sentir que o azeite ficou a temperatura do meu corpo, tiro a mão da boca do copo e dou uma bela cheirada. Em seguida, tomo um gole, faço o azeite circular pela boca, sugando o ar através dos cantos dos lábios. Não muito diferente com os vinhos, não é?
Não sei como foi a degustação no Atelier do Claude Troisgros. Se usaram copos ou apenas colheres. Mas não posso imaginar tê-la perdido. A Espanha é a maior exportadora mundial do produto. Produz 260 variedades de azeitonas. Possui o equivalente às Appellations Contrôlées francesas. Produz excelentes azeites monovarietais com a picual, hojiblanca, cornicabra e arbequina, entre tantas. E com elas criam misturas ou blends que destacam as qualidades de cada variedade. E com isso, podemos combinar sabores, tal como fazemos com os vinhos. Pratos delicados como saladas harmonizarão com variedades ou blends delicados. Pratos mais apimentados estarão bem servidos com óleos apimentados.
No e-mail-convite que recebi, explica-se que seriam debatidas “as diferenciações e qualidades do azeite de oliva espanhol, suas propriedades, aplicações na culinária e os benefícios para a saúde”. Vejam só o que perdi.
A D’Olivino, é uma empresa que, sim, importa vinhos e azeites, mas sua missão principal é difundir entre nós os hábitos de alimentação da Dieta do Mediterrâneo, baseada na alimentação da população dessa rica bacia, a partir de Creta e com variantes da dieta tradicional espanhola, portuguesa, grega, marroquina, tunisina, turca, síria e do sul da França e sul da Itália.
O azeite de oliva está entre nós há milênios. É personagem da Bíblia, como alimento, óleo sagrado, combustível para lamparinas. Além do seu valor gastronômico, só faz bem à saúde. É uma gordura monoinsaturada, que eleva os níveis do colesterol bom (HDL). É um nutriente de grande valor biológico. Sim, é rico em calorias (9 kcal por grama), o que poderia contribuir para a obesidade. Mas você não vê obesidade nos povos do Mediterrâneo, vê? Isso porque é o azeite, o seu sabor, que estimulam as pessoas a comer mais vegetais. E isso não engorda.
A lista de seus benefícios é muito grande: o azeite é parte importante em nosso sistema imunológico, defendendo-nos de toxinas, microorganismos, parasitas, vírus, bactérias etc. Ele nos socorre em casos de artrites, de problemas nos sistemas digestivo e hepático. Faz o pâncreas funcionar melhor e previne absorção de colesterol pelo intestino delgado. É importante alimento durante a gravidez e a lactação. É rico em vitamina E polifenóis, ajudando a eliminar radicais livres, alongando a nossa expectativa de vida e, assim, a envelhecer melhor.
Se a amiga quiser saber mais sobre os poderes e qualidades do azeite, consulte o site da entidade oficial, o Conselho Internacional do Azeite.
Deixei de provar o que adoro e perdi um papo importantíssimo. É ou não é para ficar nos meus azeites?
Da Adega
Brasileiros em Interlagos
. Não que eu tenha perdido mais esse evento, o GP Brasil. É que não assisti, mesmo. Mas quem esteve lá, sabe que o Rubinho fez o que pôde. E que o resultado nos camarotes e áreas VIPs foi outro. Lá foram os vinhos da Aurora, fornecedora oficial do GP Brasil, que chegaram na frente. Da vinícola gaúcha, foram servidos os brancos Premium Chardonnay e o Gran Reserva Chardonnay, além dos tintos Gran Reserva Cabernet Sauvignon e o Premium Cabernet Sauvignon. Claro que não faltou também o Premium Espumante Brut.

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