Estava muito bêbado, como sempre, quando sua mulher e empresária o deixou no quarto de um hotel e sem roupas, para que não saísse. Mas ele vestiu um dos vestidos dela e se perdeu pelas ruas de San Antonio, Texas, com uma garrafa de Courvoisier. Aí, sentiu uma vontade intensa de urinar, sem idéia de onde eram os banheiros públicos. Precisava se aliviar, ali mesmo, naquele instante. Olhou em volta, encontrou uma esquina tranqüila e começou a urinar numa parede caindo aos pedaços.
Aí, ouviu uma voz atrás dele.
-- Você me dá nojo.
Voltou-se e viu um sujeito com chapéu de caubói.
-- Você é uma desgraça, sabe disso?
-- Minha namorada roubou minhas roupas – explicou. – O que mais eu devia vestir?
-- Não é o vestido, seu inglês veado. Essa parede que você está usando como banheiro é parte do Alamo.
Ozzy Osbourne foi imediatamente algemado e preso. Ele tinha mijado num dos principais monumentos históricos dos Estados Unidos. Imaginem alguém vandalizar a estátua do Cristo Redentor!
Ele até que tentou tirar a carteira de motorista; insistiu uma dezena de vezes, mas sempre acabava com o carro na grama ou desmaiava ao volante. Pois estava sempre bêbado. Resolveu o problema comprando um cavalo, meio de transporte que não compreendia exames (fora o fato de que, supostamente, o cavalo andava sempre sóbrio).
Fez xixi no copo de um empresário; nos hotéis era comum não conseguir chegar ao quarto, pois apagava nos corredores, impedindo a passagem. Escondia “tortas” de haxixe e, depois, não conseguia lembrar-se onde as havia colocado. O resultado é que um pouco dessa erva foi oferecida, por engano, como bolo a um pastor. Que ficou zureta por uma semana. O mesmo aconteceu com seu cachorro, que não parou de correr por dias.
Sim, é verdade que comeu a cabeça de um morcego em pleno palco. Só que pensava que era um morcego de plástico, normalmente usado para encenações. Acontece que jogaram um de verdade no palco, ele pegou e com a boca retirou-lhe a cabeça.
A primeira coisa que perguntou ao entrar no famoso centro de reabilitação Betty Ford foi onde era o bar. Até mesmo tentou matar sua mulher, mãe de três dos seus filhos, empresária, grande arquiteta e incentivadora de sua carreira. Não é de espantar, pois fora carreiras de cocaína, maconha, haxixe, bolinhas, gim, uísque, canecas e mais canecas de cerveja e quatro garrafas de Hennessy diárias, ainda fumava trinta charutos por dia, sem contar os inúmeros maços de cigarro. Todos os dias, nos últimos 40 anos, ele misturava tudo isso e mandava. É de espantar que tenha sido um grande nome no mundo pop, que ainda seja muito popular e seus discos e shows continuem fazendo sucesso, vendendo muito. É de espantar que continue vivo.
Acabei de ler “Eu sou Ozzy”, autobiografia de Ozzy Osbourne, um dos nomes mais importantes do rock, um dos criadores da famosa banda Black Sabbath, personalidade alucinada, talentosa, mas com uma longa história de abusos ligada às drogas e ao álcool. Nesses 40 anos de história, contudo, não falta humor, candura e amor. Ele “inventou” o heavy metal e quase tudo na vida dele tem sido heavy.
E o que tem esse livro e a vida de John Osbourne a ver com vinhos (ou com as bebidas, em geral), temas constantes dessa coluna?
Olha, leitora, diante de mim está mais uma reportagem sobre os miraculosos efeitos do vinho para a saúde de seus bebedores. Desta vez, uma pesquisa inglesa afirma que o vinho e, de resto, as bebidas alcoólicas, reduzem não só o risco como a severidade das artrites – o que vale para pessoas que bebem mais de 10 dias por mês.
Outra matéria, desta vez sobre uma pesquisa norte-americana, informa que o resveratrol, componente químico existente nas cascas das uvas tintas, faz com que vivamos mais tempo, além de reduzir a diabetes tipo 2, doenças do coração,, inclusive ataques cardíacos.
Não estou duvidando das propriedades do vinho ou do álcool para a saúde. Afinal, muitas dessas pesquisas são comprovadas. Acontece que um consumidor menos atento pode ficar pensando que as bebidas alcoólicas podem nos transmitir superpoderes, habilidades sobre-humanas.
E uma das qualidades da história que Ozzy nos conta é que, se ele teve alguma habilidade sobre-humana, foi continuar vivo aos sessenta e tantos anos e ainda com alguma saúde. Para espanto de muitos médicos! E isso ele só conseguiu quando finalmente parou de drogar-se e de beber.
Ao divulgarmos matérias sobre saúde e bebidas, estamos potencialmente induzindo nossos leitores a beber, pois beber faria bem à saúde. Sabemos que uma parcela dos consumidores precisa apenas de uma ou duas desculpas para pisar na bola.
Mas não posso deixar de ver que sempre teremos um elefante na sala. As pessoas produzem, vendem, servem e bebem vinho porque o álcool que ele contém nos faz sentir bem. Claro, o vinho tem muitas outras qualidades. É gostoso, aromático, tem cores fabulosas, melhora o gosto das comidas, é peça fundamental em celebrações, fora o fato de ser uma sombra da humanidade, sempre presente em sua história. Muita gente acha, como eu, que o sucesso comercial do vinho está primariamente no seu conteúdo alcoólico. Só que parece que ninguém vê esse elefante. Sob esse aspecto, de sentirmo-nos bem, o vinho e as drogas não são muito diferentes. Não espanta que o governo da Califórnia utilize o sucesso da sua indústria vinícola (muitos empregos, grande faturamento) para legalizar, taxar e regular o consumo da maconha no estado.
O crítico deve sempre estabelecer um diálogo entre a criação e a recepção, entre a arte ou a manufatura sobre a qual escreve (vinhos, bebidas no caso) e a sociedade. Precisamos alertar para os elefantes à nossa volta.
Ozzy é disléxico, tem transtorno de déficit de atenção (hiperatividade), o que resultou num grande complexo de insegurança. Não aceitava fracasso, rejeição ou qualquer tipo de pressão. E passou a se automedicar com as bebidas e as drogas. Numa das clínicas de desintoxicação que freqüentou, conheceu um dentista que, para beber (sempre às escondidas) enchia o tanque de água do limpador de pára-brisa com gim em seu BMW. Desconectava o tubo de plástico do bocal do capô e o redirecionava para o painel. Para beber, bastava entrar no carro. E com a cuca cheia de gim, chegou uma vez ao consultório tão bêbado que acidentalmente fez um buraco na cabeça de um paciente. O dentista não tinha os problemas de Ozzy. Mas era um alcoólico.
Eu sou Ozzy é uma leitura divertida e instrutiva. Ozzy nos fala na primeira pessoa, como se estivéssemos batendo um papo, uma longa conversa que começa numa cidadezinha operária na Inglaterra, onde mal tinha para comer e acaba com Ozzy e família muito unidos, prósperos e felizes. Vamos saber um bocado sobre o mundo do rock and roll e muito sobre o elefante na sala que ninguém quer ver.
Da Adega
Degustação de tops chilenos. É a sua chance de participar de uma degustação às cegas de cinco grandes rótulos chilenos. Revelo, porém quais as belezas que você provará sem conhecer os rótulos: Almaviva 2006, El Principal 2006, Don Melchor 2006, Caliterra Cenit 2006 e Caballo Loco N°11.
A degustação será harmonizada com queijos (brie, grana padano, reblochon, chabichou, Saint maure). Ao final, haverá um jantar especial. A promoção é da Ville du Vin, um grupo que hoje conta com sete lojas, a maioria em São Paulo. Essa degustação de chilenos será realizada na sua unidade de Vila Nova Conceição, SP. Reservas pelo telefone (11) 3045-8137 ou pelo e-mail.
Australiano em bag in box. Já começam a proliferar por aqui as bag in box para vinhos. São embalagens tipo longa vida, mas como uma bexiga de plástico no interior que garante a conservação e o sabor do vinho inalterado por meses.
Agora, direto da Austrália, chega ao mercado o Stanley Shiraz Cabernet Sauvignon 2006. Mas numa caixa de 4 litros, a primeira a ser oferecida aqui. É um blend de 60% Cabernet e 40% Shiraz e 12,5% de volume alcoólico.
A novidade está sendo vendida pela Boxer do Brasil, grande importadora de cervejas que agora está também de olho nos vinhos.
Aí, ouviu uma voz atrás dele.
-- Você me dá nojo.
Voltou-se e viu um sujeito com chapéu de caubói.
-- Você é uma desgraça, sabe disso?
-- Minha namorada roubou minhas roupas – explicou. – O que mais eu devia vestir?
-- Não é o vestido, seu inglês veado. Essa parede que você está usando como banheiro é parte do Alamo.
Ozzy Osbourne foi imediatamente algemado e preso. Ele tinha mijado num dos principais monumentos históricos dos Estados Unidos. Imaginem alguém vandalizar a estátua do Cristo Redentor!
Ele até que tentou tirar a carteira de motorista; insistiu uma dezena de vezes, mas sempre acabava com o carro na grama ou desmaiava ao volante. Pois estava sempre bêbado. Resolveu o problema comprando um cavalo, meio de transporte que não compreendia exames (fora o fato de que, supostamente, o cavalo andava sempre sóbrio).
Fez xixi no copo de um empresário; nos hotéis era comum não conseguir chegar ao quarto, pois apagava nos corredores, impedindo a passagem. Escondia “tortas” de haxixe e, depois, não conseguia lembrar-se onde as havia colocado. O resultado é que um pouco dessa erva foi oferecida, por engano, como bolo a um pastor. Que ficou zureta por uma semana. O mesmo aconteceu com seu cachorro, que não parou de correr por dias.
Sim, é verdade que comeu a cabeça de um morcego em pleno palco. Só que pensava que era um morcego de plástico, normalmente usado para encenações. Acontece que jogaram um de verdade no palco, ele pegou e com a boca retirou-lhe a cabeça.
A primeira coisa que perguntou ao entrar no famoso centro de reabilitação Betty Ford foi onde era o bar. Até mesmo tentou matar sua mulher, mãe de três dos seus filhos, empresária, grande arquiteta e incentivadora de sua carreira. Não é de espantar, pois fora carreiras de cocaína, maconha, haxixe, bolinhas, gim, uísque, canecas e mais canecas de cerveja e quatro garrafas de Hennessy diárias, ainda fumava trinta charutos por dia, sem contar os inúmeros maços de cigarro. Todos os dias, nos últimos 40 anos, ele misturava tudo isso e mandava. É de espantar que tenha sido um grande nome no mundo pop, que ainda seja muito popular e seus discos e shows continuem fazendo sucesso, vendendo muito. É de espantar que continue vivo.
Acabei de ler “Eu sou Ozzy”, autobiografia de Ozzy Osbourne, um dos nomes mais importantes do rock, um dos criadores da famosa banda Black Sabbath, personalidade alucinada, talentosa, mas com uma longa história de abusos ligada às drogas e ao álcool. Nesses 40 anos de história, contudo, não falta humor, candura e amor. Ele “inventou” o heavy metal e quase tudo na vida dele tem sido heavy.
E o que tem esse livro e a vida de John Osbourne a ver com vinhos (ou com as bebidas, em geral), temas constantes dessa coluna?
Olha, leitora, diante de mim está mais uma reportagem sobre os miraculosos efeitos do vinho para a saúde de seus bebedores. Desta vez, uma pesquisa inglesa afirma que o vinho e, de resto, as bebidas alcoólicas, reduzem não só o risco como a severidade das artrites – o que vale para pessoas que bebem mais de 10 dias por mês.
Outra matéria, desta vez sobre uma pesquisa norte-americana, informa que o resveratrol, componente químico existente nas cascas das uvas tintas, faz com que vivamos mais tempo, além de reduzir a diabetes tipo 2, doenças do coração,, inclusive ataques cardíacos.
Não estou duvidando das propriedades do vinho ou do álcool para a saúde. Afinal, muitas dessas pesquisas são comprovadas. Acontece que um consumidor menos atento pode ficar pensando que as bebidas alcoólicas podem nos transmitir superpoderes, habilidades sobre-humanas.
E uma das qualidades da história que Ozzy nos conta é que, se ele teve alguma habilidade sobre-humana, foi continuar vivo aos sessenta e tantos anos e ainda com alguma saúde. Para espanto de muitos médicos! E isso ele só conseguiu quando finalmente parou de drogar-se e de beber.
Ao divulgarmos matérias sobre saúde e bebidas, estamos potencialmente induzindo nossos leitores a beber, pois beber faria bem à saúde. Sabemos que uma parcela dos consumidores precisa apenas de uma ou duas desculpas para pisar na bola.
Mas não posso deixar de ver que sempre teremos um elefante na sala. As pessoas produzem, vendem, servem e bebem vinho porque o álcool que ele contém nos faz sentir bem. Claro, o vinho tem muitas outras qualidades. É gostoso, aromático, tem cores fabulosas, melhora o gosto das comidas, é peça fundamental em celebrações, fora o fato de ser uma sombra da humanidade, sempre presente em sua história. Muita gente acha, como eu, que o sucesso comercial do vinho está primariamente no seu conteúdo alcoólico. Só que parece que ninguém vê esse elefante. Sob esse aspecto, de sentirmo-nos bem, o vinho e as drogas não são muito diferentes. Não espanta que o governo da Califórnia utilize o sucesso da sua indústria vinícola (muitos empregos, grande faturamento) para legalizar, taxar e regular o consumo da maconha no estado.
O crítico deve sempre estabelecer um diálogo entre a criação e a recepção, entre a arte ou a manufatura sobre a qual escreve (vinhos, bebidas no caso) e a sociedade. Precisamos alertar para os elefantes à nossa volta.
Ozzy é disléxico, tem transtorno de déficit de atenção (hiperatividade), o que resultou num grande complexo de insegurança. Não aceitava fracasso, rejeição ou qualquer tipo de pressão. E passou a se automedicar com as bebidas e as drogas. Numa das clínicas de desintoxicação que freqüentou, conheceu um dentista que, para beber (sempre às escondidas) enchia o tanque de água do limpador de pára-brisa com gim em seu BMW. Desconectava o tubo de plástico do bocal do capô e o redirecionava para o painel. Para beber, bastava entrar no carro. E com a cuca cheia de gim, chegou uma vez ao consultório tão bêbado que acidentalmente fez um buraco na cabeça de um paciente. O dentista não tinha os problemas de Ozzy. Mas era um alcoólico.
Eu sou Ozzy é uma leitura divertida e instrutiva. Ozzy nos fala na primeira pessoa, como se estivéssemos batendo um papo, uma longa conversa que começa numa cidadezinha operária na Inglaterra, onde mal tinha para comer e acaba com Ozzy e família muito unidos, prósperos e felizes. Vamos saber um bocado sobre o mundo do rock and roll e muito sobre o elefante na sala que ninguém quer ver.
Da Adega
Degustação de tops chilenos. É a sua chance de participar de uma degustação às cegas de cinco grandes rótulos chilenos. Revelo, porém quais as belezas que você provará sem conhecer os rótulos: Almaviva 2006, El Principal 2006, Don Melchor 2006, Caliterra Cenit 2006 e Caballo Loco N°11.
A degustação será harmonizada com queijos (brie, grana padano, reblochon, chabichou, Saint maure). Ao final, haverá um jantar especial. A promoção é da Ville du Vin, um grupo que hoje conta com sete lojas, a maioria em São Paulo. Essa degustação de chilenos será realizada na sua unidade de Vila Nova Conceição, SP. Reservas pelo telefone (11) 3045-8137 ou pelo e-mail.
Australiano em bag in box. Já começam a proliferar por aqui as bag in box para vinhos. São embalagens tipo longa vida, mas como uma bexiga de plástico no interior que garante a conservação e o sabor do vinho inalterado por meses.
Agora, direto da Austrália, chega ao mercado o Stanley Shiraz Cabernet Sauvignon 2006. Mas numa caixa de 4 litros, a primeira a ser oferecida aqui. É um blend de 60% Cabernet e 40% Shiraz e 12,5% de volume alcoólico.
A novidade está sendo vendida pela Boxer do Brasil, grande importadora de cervejas que agora está também de olho nos vinhos.
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