Na venda mais próxima, há cinco minutinhos daqui de casa, em Secretário, Petrópolis, o seu Plínio voltou a vender vinhos. Ele tem uma vendinha quebra-galhos: o pão vem de uma das melhores padarias da Serra, a Princesa de Bonsucesso (que, naturalmente, fica em Bonsucesso, entre Nogueira e Itaipava). E o resto compra do comércio local, de detergentes, dentifrícios, a arroz, feijão, açúcar, Melhoral etc.
E, agora, vinho. Apenas um rótulo, o Periquita, vendido a R$ 26,00, a garrafa de 750 ml. Não sei como ele conseguir logo o da safra 2004, muito elogiado pelos críticos. Também não sei como ele chegou à barganha dos 26 reais. Será que conseguiu da Diageo, distribuidora da marca? Antes, seu pai, vez por outra, punha um ou dois rótulos na prateleira, vinhos verdes, na maior parte. Passou o tempo, seu Plínio assumiu o negócio e os vinhos foram esquecidos. Por um pouco.
E o Periquita 2004 vem inaugurar esse novo tempo da nossa salvadora vendinha. Não é pouca coisa, não. É difícil pensar em outro vinho com tamanha garra. É a marca de vinho de mesa engarrafado mais antiga de Portugal, uma das mais antigas em todo o mundo. Existe há 153 anos e mantém o mesmo rótulo até hoje. Foi criado por José Maria da Fonseca, em Vila Nogueira do Azeitão, ao sul de Lisboa, a partir de uvas tintas Castelão Francês, que o homem trazia do Ribatejo, de uma propriedade que se chamava Cova da Periquita, na hoje Região Demarcada das Terras do Sado.
O 2004 leva 70% de Castelão, 20% de Trincadeira e 10% de Aragonês (a mesma espanhola Tempranillo). O vinho ficou tão famoso, tão querido em todo o mundo, que Periquita passou a sinônimo de Castelão. O caso é que, 153 safras depois, ele continua ótimo de beber: um vinho fácil, muita fruta, muito saboroso, muita personalidade. Ao primeiro gole, você vê Cabral, Caminha, Dom João VI, Eça, Fernando Pessoa, além do próprio seu Plínio. Um verdadeiro português. Sua origem logo se apresenta.
Perguntei a ele como conseguiu o 2004. Respondeu de modo vago: “amigos, amigos”. Perguntei se ia continua trazendo mais vinhos. Disse que ia depender das vendas. Imediatamente comprometi-me com uma caixa, desde que ele aceitasse dividir a conta em três. Aceitou vender apenas seis garrafas. Só tinha duas caixas de 12. Metade de uma caixa para ele, metade para mim e o restante para os demais fregueses.
Fui mais fundo. Quis saber se ele não ia aproveitar o tradicional barulho na mídia e trazer também o Beaujolais Nouveau, com lançamento mundial marcado, como sempre, para a terceira quinta-feira de novembro (dia 16 próximo). Seu Plínio pediu que eu soletrasse o nome do vinho francês. Depois o nome da uva, a Gamay. Expliquei que a cada ano ele tem um sabor diferente, uma surpresa buscada por seus admiradores. Mas seu Plínio disse que não arriscaria. “Ninguém aqui vai entender esse francês. Fico como o meu, que tem nome de passarinho”. Não se pode ver nada de errado na escolha de seu Plínio.
E o Periquita 2004 vem inaugurar esse novo tempo da nossa salvadora vendinha. Não é pouca coisa, não. É difícil pensar em outro vinho com tamanha garra. É a marca de vinho de mesa engarrafado mais antiga de Portugal, uma das mais antigas em todo o mundo. Existe há 153 anos e mantém o mesmo rótulo até hoje. Foi criado por José Maria da Fonseca, em Vila Nogueira do Azeitão, ao sul de Lisboa, a partir de uvas tintas Castelão Francês, que o homem trazia do Ribatejo, de uma propriedade que se chamava Cova da Periquita, na hoje Região Demarcada das Terras do Sado.
O 2004 leva 70% de Castelão, 20% de Trincadeira e 10% de Aragonês (a mesma espanhola Tempranillo). O vinho ficou tão famoso, tão querido em todo o mundo, que Periquita passou a sinônimo de Castelão. O caso é que, 153 safras depois, ele continua ótimo de beber: um vinho fácil, muita fruta, muito saboroso, muita personalidade. Ao primeiro gole, você vê Cabral, Caminha, Dom João VI, Eça, Fernando Pessoa, além do próprio seu Plínio. Um verdadeiro português. Sua origem logo se apresenta.
Perguntei a ele como conseguiu o 2004. Respondeu de modo vago: “amigos, amigos”. Perguntei se ia continua trazendo mais vinhos. Disse que ia depender das vendas. Imediatamente comprometi-me com uma caixa, desde que ele aceitasse dividir a conta em três. Aceitou vender apenas seis garrafas. Só tinha duas caixas de 12. Metade de uma caixa para ele, metade para mim e o restante para os demais fregueses.
Fui mais fundo. Quis saber se ele não ia aproveitar o tradicional barulho na mídia e trazer também o Beaujolais Nouveau, com lançamento mundial marcado, como sempre, para a terceira quinta-feira de novembro (dia 16 próximo). Seu Plínio pediu que eu soletrasse o nome do vinho francês. Depois o nome da uva, a Gamay. Expliquei que a cada ano ele tem um sabor diferente, uma surpresa buscada por seus admiradores. Mas seu Plínio disse que não arriscaria. “Ninguém aqui vai entender esse francês. Fico como o meu, que tem nome de passarinho”. Não se pode ver nada de errado na escolha de seu Plínio.
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