Temo no que possa dar essa Lei Seca para motoristas. As eleições estão aí e diante do portentoso noticiário conseguido pela nova legislação alguns candidatos dados ao vício da abstinência (é um vício, segundo o Millôr), podem ter planos de ampliá-la. Uma coluna como “Adega & Bar” pode ser proibida, sua amiga aqui processada e até presa.
Por isso, para cair nas graças desses candidatos, ofereço algumas sugestões de leis ainda em vigor nos Estados Unidos, filhotes da famosa Lei Seca que lá vigorou de 1920 a 1933.
Na Califórnia, nenhuma bebida alcoólica pode estar a menos de dois metros da caixa registradora, caso a loja venda bebida alcoólica e também óleo combustível. Será que os clientes confundem latas de cerveja com as de óleo combustível? Em Dakota do Norte, bares e restaurantes estão proibidos de servir cerveja e pretzels ao mesmo tempo. Em Nebraska, os bares só podem vender cerveja se, ao mesmo tempo, estiverem com uma panela de sopa no fogo. Em Houston, é ilegal comprar cerveja depois da meia-noite de domingo, mas nos conformes comprá-la a qualquer hora a partir de segunda-feira. Como sabemos, as segundas-feiras começam um segundo depois da meia-noite de domingo. Dá pra entender? Em Nova York, a palavra “saloon” é proibida em letreiros. O restaurador Michael O’Neil não sabia disso quando colocou a tabuleta no seu estabelecimento. Para não perdê-la, mudou o nome da casa para “Baloon”.
No Missouri, garotos carregando sacos de lixo que contenham garrafas de vinho vazias podem ser indiciados por possessão ilegal de bebida alcoólica. No Michigan é proibido a jovens oferecerem garrafas de destilados a adultos. O que é pouco, pois no Kentucky mesmo um adulto pode passar cinco anos na cadeia se flagrado presenteando amigos com bebidas alcoólicas.
No Texas, motoristas com qualquer carga de bebida alcoólica não podem cruzar municípios do estado onde o álcool seja proibido. Têm de buscar outros caminhos. Já viu que essas encomendas vão custar a chegar. Esse mesmo Texas baniu a Enciclopédia Britannica porque ela ensina como fabricar cerveja em casa.
Se eu vivesse em Maryland estaria em sérios apuros. Lá um jornalista só pode comprar três garrafas de vinho de cada marca, desde que certificado por uma agência estadual como especializado na bebida. Já em St. Louis podemos sentar em qualquer lugar e fazer qualquer coisa, menos beber cerveja num balde. Em alguns estados, para beber é obrigatório sentar, já em outros só de pé. No Texas, em pé, mas só três goles.
Só espero que toda essa onda de temperança não resulte numa Carrie Nation, senhora famosa durante a Proibição por invadir bares com a bíblia numa mão e uma machadinha na outra a destruir copos e garrafas. Chegou a faturar com isso: tinha sempre miniaturas de sua machadinha para vender como suvenir. Temo que essa lei, de perfil islâmico, atravesse as rodovias e invada nossas casas, com novas Carrie Nation de bíblia e bafômetro em punho.
Por via das dúvidas, dependendo do andar da carruagem eleitoral, penso até em mudar nome da coluna para apenas “BS.” Uma sigla relacionada a bebidas? Não, apenas uma cuidadosa referência a “Bom Senso”, algo que talvez esteja faltando a esses rigores legais. A Proibição nos EUA, com todo o seu zero de tolerância, resultou em mais bebidas, mais bêbados e em mais crimes – o que levou à sua abolição.
Por isso, para cair nas graças desses candidatos, ofereço algumas sugestões de leis ainda em vigor nos Estados Unidos, filhotes da famosa Lei Seca que lá vigorou de 1920 a 1933.
Na Califórnia, nenhuma bebida alcoólica pode estar a menos de dois metros da caixa registradora, caso a loja venda bebida alcoólica e também óleo combustível. Será que os clientes confundem latas de cerveja com as de óleo combustível? Em Dakota do Norte, bares e restaurantes estão proibidos de servir cerveja e pretzels ao mesmo tempo. Em Nebraska, os bares só podem vender cerveja se, ao mesmo tempo, estiverem com uma panela de sopa no fogo. Em Houston, é ilegal comprar cerveja depois da meia-noite de domingo, mas nos conformes comprá-la a qualquer hora a partir de segunda-feira. Como sabemos, as segundas-feiras começam um segundo depois da meia-noite de domingo. Dá pra entender? Em Nova York, a palavra “saloon” é proibida em letreiros. O restaurador Michael O’Neil não sabia disso quando colocou a tabuleta no seu estabelecimento. Para não perdê-la, mudou o nome da casa para “Baloon”.
No Missouri, garotos carregando sacos de lixo que contenham garrafas de vinho vazias podem ser indiciados por possessão ilegal de bebida alcoólica. No Michigan é proibido a jovens oferecerem garrafas de destilados a adultos. O que é pouco, pois no Kentucky mesmo um adulto pode passar cinco anos na cadeia se flagrado presenteando amigos com bebidas alcoólicas.
No Texas, motoristas com qualquer carga de bebida alcoólica não podem cruzar municípios do estado onde o álcool seja proibido. Têm de buscar outros caminhos. Já viu que essas encomendas vão custar a chegar. Esse mesmo Texas baniu a Enciclopédia Britannica porque ela ensina como fabricar cerveja em casa.
Se eu vivesse em Maryland estaria em sérios apuros. Lá um jornalista só pode comprar três garrafas de vinho de cada marca, desde que certificado por uma agência estadual como especializado na bebida. Já em St. Louis podemos sentar em qualquer lugar e fazer qualquer coisa, menos beber cerveja num balde. Em alguns estados, para beber é obrigatório sentar, já em outros só de pé. No Texas, em pé, mas só três goles.
Só espero que toda essa onda de temperança não resulte numa Carrie Nation, senhora famosa durante a Proibição por invadir bares com a bíblia numa mão e uma machadinha na outra a destruir copos e garrafas. Chegou a faturar com isso: tinha sempre miniaturas de sua machadinha para vender como suvenir. Temo que essa lei, de perfil islâmico, atravesse as rodovias e invada nossas casas, com novas Carrie Nation de bíblia e bafômetro em punho.
Por via das dúvidas, dependendo do andar da carruagem eleitoral, penso até em mudar nome da coluna para apenas “BS.” Uma sigla relacionada a bebidas? Não, apenas uma cuidadosa referência a “Bom Senso”, algo que talvez esteja faltando a esses rigores legais. A Proibição nos EUA, com todo o seu zero de tolerância, resultou em mais bebidas, mais bêbados e em mais crimes – o que levou à sua abolição.
Um comentário:
Pare de beber, alcool mata!
É o veneno do diabo.
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