Como escolhemos nosso vinho? Quer dizer: quando estamos num restaurante, numa loja, num supermercado que critérios utilizamos para comprar vinho? Eis aqui, sumariamente, o resultado de uma grande pesquisa global, envolvendo a Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Israel, Itália, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos buscando achar as razões dessa escolha, seja em lojas ou em restaurantes.
Esse projeto de pesquisa representou o esforço de 10 universidades globais com especialidades em produção, comércio e marketing de vinho. Nos Estados Unidos, ele foi conduzido pela Universidade Estadual de Sonoma. O estudo global teve a liderança da Corporação do Desenvolvimento de Pesquisas sobre a Uva e o Vinho, da Austrália.
No Brasil, o trabalho esteve a cargo do professor Jaime Evaldo Fernsterseifer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele é Doutor pela Universidade da Califórnia e seus interesses por pesquisa vão desde Estratégia de Produção a competitividade industrial e agronegócios.
Foram 203 pesquisas só nos EUA. Nos demais países, somaram entre 154 e 364 estudos por país. No total, tivemos 2.757 pesquisas. Em primeiro lugar, levantaram o perfil dos nortes-americanos (homens e mulheres acima de 21 anos) nas várias situações de compra e depois os compararam com os hábitos dos consumidores dos demais países.
Nas lojas de vinho, o americano escolhe em primeiro lugar o vinho que tenha provado e aprovado previamente. Em seguida, temos a recomendação de um amigo e a de um funcionário da loja. Segue-se, em quarto lugar, a escolha pela cepa, pela uva utilizada e, em quinto, pela região de origem. Uma medalha recebida em competições ou em feiras chega apenas em penúltimo lugar. E a leitura sobre o número de pontos recebido pelo vinho (por um crítico) em último lugar. Medalhas e críticos não estão com nada.
Surpreende mais o que não chegou a marcar pontos nesse levantamento: as informações dos rótulos, bem como cartazes e displays em pontos de venda não importam muito para os consumidores. O preço não foi incluído como uma variável. Apenas perguntou-se quanto estavam dispostos a gastar numa compra no varejo.
O comportamento do norte-americano não é muito diferente dos consumidores dos outros países, com poucas exceções. A maioria dos consumidores globais também compra em função de ter degustado previamente a bebida e por recomendação de amigos.
Como seria de se esperar, os franceses estão mais preocupados com a origem da garrafa em função da cultura valoriza esse dado e é representada pela Appellations d'Origine. Um segundo fator importante lá é o valor dado à capacidade de harmonização com comida do vinho que estão comprando.
O brasileiro e o chinês dão mais ênfase à marca do que à uva. Entre todos, os israelenses são os que mais confiam na degustação prévia do vinho para decidir sua compra.
Nos restaurantes, os americanos tendem também a escolher vinhos que já tenham degustado (e gostado) previamente, tal como fazem nas lojas. O segundo lugar é até lógico: escolhem um determinado vinho porque harmoniza bem com comida. A terceira razão de sua escolha é interessante: a disposição de provar algum vinho diferente, algo novo. Isso vai contra a prioridade que dão a escolher o que já lhes é conhecido. Mas, segundo os pesquisadores, há no país um forte grupo de consumidores aventurosos, dispostos a conhecer novas tendências, novos paladares.
Logo em seguida, numa quarta posição, temos as recomendações de alguém à mesa ou do garçom. As duas últimas posições são as de terem lido algo a respeito do vinho e de optarem por selecionar por uma determinada varietal.
Mais uma vez, a experiência norte-americana está a par das decisões feitas pelos consumidores globais. No geral, o fato de terem degustado o vinho previamente é o principal fator de escolha nos restaurantes dos demais países nesta pesquisa. Esse fato e também a importância dada a combinar vinho e comida. Além disso, um grande número de consumidores opta por aceitar recomendações de parceiros de mesa.
Americanos, australianos, neozelandeses, britânicos e italianos mostram-se igualmente dispostos a experimentar um vinho ou uma uva diferente. Contudo, brasileiros, alemães e franceses não estão dispostos a fazer essa tentativa.
Se o garçom recomendar um vinho diferente, franceses, alemães e italianos vão provavelmente aceitar, tal como os americanos. No caso dos europeus, isso talvez aconteça porque possuem uma cultura gastronômica e enológica muito antiga, já sedimentada. E por possuírem profissionais bem treinados em vinho. Essa atitude não se repete entre australianos e brasileiros e, em menor escala, entre britânicos e neozelandeses.
Alemães e franceses não dão muita bola para a palavra da crítica de vinhos, quando estão decidindo o que beber em restaurantes – diferente dos americanos, australianos e italianos.
Nos restaurantes, escolher vinho baseado em sua uva é mais importante na Nova Zelândia, Alemanha e Brasil e menos nos demais países. Já o valor da região, como podemos adivinhar, se destaca na França e na Itália.
Entre todos os consumidores, de todo os países, influi muito pouco as sugestões feitas no cardápio, a disponibilidade de vinho em taça, em meia-garrafa ou uma promoção do restaurante.
O que ressalta é que, parece, somos todos muito parecidos globalmente, pelo menos quanto ao que importa na hora de comprar vinho. Os consumidores de todos os países aqui listados parecem confiar mais na degustação prévia do vinho do que em outras fontes. No final, somos mesmo todos iguais.
Acho que o pessoal de marketing e de vendas do setor vai ter que ampliar ainda mais as oportunidades de promover degustações da bebida, pois esse é o fator que mais conta tanto nas lojas quanto nos restaurantes. E acho que isso já está acontecendo pra valer por aqui.
Da Adega
Fenachamp 2009. Vem aí a 11ª edição da Fenachamp (Festa Nacional do Champanha), a grande exposição do espumante nacional, já com 25 anos de história. A Fenachamp será realizada de 01 a 25 de outubro, nos Pavilhões da Fenachamp, em Garibaldi, Rio Grande do Sul. Será um festão, com shows de música e dança de vários estilos e origens, bem como apresentações teatrais. Saiba mais no site da Fenachamp.
Esse projeto de pesquisa representou o esforço de 10 universidades globais com especialidades em produção, comércio e marketing de vinho. Nos Estados Unidos, ele foi conduzido pela Universidade Estadual de Sonoma. O estudo global teve a liderança da Corporação do Desenvolvimento de Pesquisas sobre a Uva e o Vinho, da Austrália.
No Brasil, o trabalho esteve a cargo do professor Jaime Evaldo Fernsterseifer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele é Doutor pela Universidade da Califórnia e seus interesses por pesquisa vão desde Estratégia de Produção a competitividade industrial e agronegócios.
Foram 203 pesquisas só nos EUA. Nos demais países, somaram entre 154 e 364 estudos por país. No total, tivemos 2.757 pesquisas. Em primeiro lugar, levantaram o perfil dos nortes-americanos (homens e mulheres acima de 21 anos) nas várias situações de compra e depois os compararam com os hábitos dos consumidores dos demais países.
Nas lojas de vinho, o americano escolhe em primeiro lugar o vinho que tenha provado e aprovado previamente. Em seguida, temos a recomendação de um amigo e a de um funcionário da loja. Segue-se, em quarto lugar, a escolha pela cepa, pela uva utilizada e, em quinto, pela região de origem. Uma medalha recebida em competições ou em feiras chega apenas em penúltimo lugar. E a leitura sobre o número de pontos recebido pelo vinho (por um crítico) em último lugar. Medalhas e críticos não estão com nada.
Surpreende mais o que não chegou a marcar pontos nesse levantamento: as informações dos rótulos, bem como cartazes e displays em pontos de venda não importam muito para os consumidores. O preço não foi incluído como uma variável. Apenas perguntou-se quanto estavam dispostos a gastar numa compra no varejo.
O comportamento do norte-americano não é muito diferente dos consumidores dos outros países, com poucas exceções. A maioria dos consumidores globais também compra em função de ter degustado previamente a bebida e por recomendação de amigos.
Como seria de se esperar, os franceses estão mais preocupados com a origem da garrafa em função da cultura valoriza esse dado e é representada pela Appellations d'Origine. Um segundo fator importante lá é o valor dado à capacidade de harmonização com comida do vinho que estão comprando.
O brasileiro e o chinês dão mais ênfase à marca do que à uva. Entre todos, os israelenses são os que mais confiam na degustação prévia do vinho para decidir sua compra.
Nos restaurantes, os americanos tendem também a escolher vinhos que já tenham degustado (e gostado) previamente, tal como fazem nas lojas. O segundo lugar é até lógico: escolhem um determinado vinho porque harmoniza bem com comida. A terceira razão de sua escolha é interessante: a disposição de provar algum vinho diferente, algo novo. Isso vai contra a prioridade que dão a escolher o que já lhes é conhecido. Mas, segundo os pesquisadores, há no país um forte grupo de consumidores aventurosos, dispostos a conhecer novas tendências, novos paladares.
Logo em seguida, numa quarta posição, temos as recomendações de alguém à mesa ou do garçom. As duas últimas posições são as de terem lido algo a respeito do vinho e de optarem por selecionar por uma determinada varietal.
Mais uma vez, a experiência norte-americana está a par das decisões feitas pelos consumidores globais. No geral, o fato de terem degustado o vinho previamente é o principal fator de escolha nos restaurantes dos demais países nesta pesquisa. Esse fato e também a importância dada a combinar vinho e comida. Além disso, um grande número de consumidores opta por aceitar recomendações de parceiros de mesa.
Americanos, australianos, neozelandeses, britânicos e italianos mostram-se igualmente dispostos a experimentar um vinho ou uma uva diferente. Contudo, brasileiros, alemães e franceses não estão dispostos a fazer essa tentativa.
Se o garçom recomendar um vinho diferente, franceses, alemães e italianos vão provavelmente aceitar, tal como os americanos. No caso dos europeus, isso talvez aconteça porque possuem uma cultura gastronômica e enológica muito antiga, já sedimentada. E por possuírem profissionais bem treinados em vinho. Essa atitude não se repete entre australianos e brasileiros e, em menor escala, entre britânicos e neozelandeses.
Alemães e franceses não dão muita bola para a palavra da crítica de vinhos, quando estão decidindo o que beber em restaurantes – diferente dos americanos, australianos e italianos.
Nos restaurantes, escolher vinho baseado em sua uva é mais importante na Nova Zelândia, Alemanha e Brasil e menos nos demais países. Já o valor da região, como podemos adivinhar, se destaca na França e na Itália.
Entre todos os consumidores, de todo os países, influi muito pouco as sugestões feitas no cardápio, a disponibilidade de vinho em taça, em meia-garrafa ou uma promoção do restaurante.
O que ressalta é que, parece, somos todos muito parecidos globalmente, pelo menos quanto ao que importa na hora de comprar vinho. Os consumidores de todos os países aqui listados parecem confiar mais na degustação prévia do vinho do que em outras fontes. No final, somos mesmo todos iguais.
Acho que o pessoal de marketing e de vendas do setor vai ter que ampliar ainda mais as oportunidades de promover degustações da bebida, pois esse é o fator que mais conta tanto nas lojas quanto nos restaurantes. E acho que isso já está acontecendo pra valer por aqui.
Da Adega
Fenachamp 2009. Vem aí a 11ª edição da Fenachamp (Festa Nacional do Champanha), a grande exposição do espumante nacional, já com 25 anos de história. A Fenachamp será realizada de 01 a 25 de outubro, nos Pavilhões da Fenachamp, em Garibaldi, Rio Grande do Sul. Será um festão, com shows de música e dança de vários estilos e origens, bem como apresentações teatrais. Saiba mais no site da Fenachamp.
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