Passa o tempo e o pavor continua sempre lá. As devastações e mortes continuam sempre acontecendo. A culpa sempre é da chuva. As desculpas também continuam sempre lá. Não, isso não combina com vinho.
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E o que combina com vinho? Talvez, algumas histórias curiosas que colecionamos desde que as chuvas desabaram, deixando-nos ilhadas, como o restante da população.
A história das ovelhas e dos babuínos. Na Nova Zelândia e no Canadá, vinicultores estão utilizando ovelhas para podar seus vinhedos. Num vinhedo de Ontário, por exemplo, 40 ovelhas do tipo mignon espalham-se pelo vinhedo aparando grama e folhas de parreira. Nenhuma máquina ou mão de obra humana são utilizadas. Veja aqui.
Mas os sul-africanos estão utilizando babuínos (aqueles macacos com caninos grandes, focinhos pontudos e bundas calosas) para substituir completamente o trabalho humano nos vinhedos. São treinados para colher eles mesmos as uvas. O segredo, leio, é mantê-los bem alimentados para que não provem das uvas. Dizem que está dando certo. A experiência está sendo realizada na região de Stellenbosch, a segunda colônia européia mais antiga na África do Sul, depois da capital, Cidade do Cabo, de onde fica próxima. É também a mais importante região vinícola do país. A PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), a maior organização mundial que luta pelos direitos dos animais, já está protestando.
A história dos novos rótulos alemães. A Associação de Estados Produtores de Vinhos de Qualidade da Alemanha (ou, simplesmente, VDP - Verband Deutscher Prädikats- und Qualitätsweingüter e.V.) quer modificar os rótulos dos vinhos alemães. Puxa, elas já são pra lá de informativos! Pelas novas regras, os novos rótulos deverão informar a appellation (designação que descreve a origem geográfica do vinho), a safra, a variedade da uva, o prädikat (seu “predicado, a “distinção” do vinho, em que categoria de qualidade ele se classifica), o número AP (Amtliche Prüfnummer, código de números, cada um deles indicando a região onde o vinho foi produzido, a vila ou cidade de origem, o estado, quem produziu e, por fim, o ano em que o vinho foi provado, normalmente um ano após a colheita), o percentual alcoólico, a data e a hora da colheita pela hora média de Greenwich (GMT), um mínimo de duas sugestões de harmonização do vinho e, pasmem, a letra de uma das músicas de David Hasselhoff que o vinhateiro preferir. Hasselhof é um ator americano, meio canastrão, que gravou em 1988 um álbum, Looking for Freedom, sucesso na Alemanha, através de covers feitos por cantores alemães.
A história da boneca que virou marca de vinho. Quem não conhece a Hello Kitty, a “gatinha” criada pelos japoneses em 1976, sucesso entre a criançada de todo o mundo? Talvez seja a maior concorrente da Barbie.
Entre dezenas de derivados da bonequinha (variações com roupas e tamanhos diferentes, acessórios, como bolsinhas etc.), a Sanrio, o fabricante japonês que a criou, lançou agora a linha de vinhos Hello Kitty. Veja aqui.
A história do relançamento do vinho de Júlio César. O vinho preferido do célebre imperador romano (100-44 a.C.) vinha da Sicília, da região do Mamertino. Era um tinto presente em todas as festas promovidas por César. Pois agora um reputado produtor local, Planeta, com a ajuda de um professor de avicultura da Universidade de Milão, está tentando descobrir a variedade da uva original que era misturada à casta Nocera para produzir o Mamertino tão ao gosto do líder romano. Uma pequena vinícola foi construída na cidade de Capo Milazzo, Sicília, especialmente para produzir esse vinho. Espera conseguir uma bebida o mais próximo possível da consumida pelo imperador. Uma bebida para tomar nos helicópteros enquanto nossas autoridades vêm do alto os estragos que, eles dizem, as chuvas estão ainda promovendo. Os imperadores romanos faziam o equivalente no Coliseu.
A história dos norte-coreanos que compraram Latour. Pois é, o fechadíssimo governo do ditador Kim Jong-il está colocando um pé no ocidente, através do vinho, nada menos do que comprando o segundo vinho do lendário Château Latour, em Bordeaux, o Les Forts de Latour.
Se o presidente Obama pensava em aparecer diante do ditador com uma garrafa de um Cabernet da Califórnia, agora, ficou desarmado. Será mais uma etapa na guerra dos vinhos? Falam que o “Querido Líder” adora mulheres e vinhos. Além da sabida queda por bombas atômicas. Só bebe Bordeaux de safras premiadas (em lugar das garrafas de conhaque Hennessy que entornava, proibido que foi pelos médicos). De um excêntrico que vive assustando o mundo com ameaças nucleares podemos esperar atitudes como essa. Resta saber o que os franceses acham disso. Como eles deixaram isso acontecer? A crise é tão grave assim?
A história do vinho e o Dia dos Tolos. Agora, amigas leitoras. A maioria dessas histórias foi recolhida de primeiro de abril para cá. Algumas delas são pegadinhas. Em qual delas você caiu?
A primeira, das ovelhas e dos babuínos, a parte das ovelhas é verdadeira. Ignore os babuínos. A dos babuínos foi inventada pelo colunista Harvey Steiman, da Wine Spectator, exclusivamente para o Dia dos Tolos.
Sobre os rótulos alemães, também de autoria de Steiman, o que vigora é o nome do produtor ou da propriedade, a safra, o nome da cidade ou vila e da vinícola, a variedade da uva, a classificação de qualidade (o prädikat) e o número AP. Esqueçam do resto.
Mas a linha de vinhos Hello Kitty é notícia quente. Já estão até a venda. Será que vamos chegar em casa e pegar nossa garotinha brincando com uma garrafa dessas? Vamos induzir nossas crianças a beber álcool? Será uma estratégia de marketing válida?
O relançamento do vinho favorito de Júlio César também não tem nada de primeiro de abril. Daqui a pouco, vamos ter um Mamertino em nossas mesas. E beber como imperadores (só evitando aceitar convites de políticos para qualquer tipo de reuniões).
A compra do segundo vinho do Château Latour é o tradicional Primeiro de Abril da revista Decanter. Eu caí nele. O ditador coreano é capaz dessas coisas.
A história das ovelhas e dos babuínos. Na Nova Zelândia e no Canadá, vinicultores estão utilizando ovelhas para podar seus vinhedos. Num vinhedo de Ontário, por exemplo, 40 ovelhas do tipo mignon espalham-se pelo vinhedo aparando grama e folhas de parreira. Nenhuma máquina ou mão de obra humana são utilizadas. Veja aqui.
Mas os sul-africanos estão utilizando babuínos (aqueles macacos com caninos grandes, focinhos pontudos e bundas calosas) para substituir completamente o trabalho humano nos vinhedos. São treinados para colher eles mesmos as uvas. O segredo, leio, é mantê-los bem alimentados para que não provem das uvas. Dizem que está dando certo. A experiência está sendo realizada na região de Stellenbosch, a segunda colônia européia mais antiga na África do Sul, depois da capital, Cidade do Cabo, de onde fica próxima. É também a mais importante região vinícola do país. A PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), a maior organização mundial que luta pelos direitos dos animais, já está protestando.
A história dos novos rótulos alemães. A Associação de Estados Produtores de Vinhos de Qualidade da Alemanha (ou, simplesmente, VDP - Verband Deutscher Prädikats- und Qualitätsweingüter e.V.) quer modificar os rótulos dos vinhos alemães. Puxa, elas já são pra lá de informativos! Pelas novas regras, os novos rótulos deverão informar a appellation (designação que descreve a origem geográfica do vinho), a safra, a variedade da uva, o prädikat (seu “predicado, a “distinção” do vinho, em que categoria de qualidade ele se classifica), o número AP (Amtliche Prüfnummer, código de números, cada um deles indicando a região onde o vinho foi produzido, a vila ou cidade de origem, o estado, quem produziu e, por fim, o ano em que o vinho foi provado, normalmente um ano após a colheita), o percentual alcoólico, a data e a hora da colheita pela hora média de Greenwich (GMT), um mínimo de duas sugestões de harmonização do vinho e, pasmem, a letra de uma das músicas de David Hasselhoff que o vinhateiro preferir. Hasselhof é um ator americano, meio canastrão, que gravou em 1988 um álbum, Looking for Freedom, sucesso na Alemanha, através de covers feitos por cantores alemães.
A história da boneca que virou marca de vinho. Quem não conhece a Hello Kitty, a “gatinha” criada pelos japoneses em 1976, sucesso entre a criançada de todo o mundo? Talvez seja a maior concorrente da Barbie.
Entre dezenas de derivados da bonequinha (variações com roupas e tamanhos diferentes, acessórios, como bolsinhas etc.), a Sanrio, o fabricante japonês que a criou, lançou agora a linha de vinhos Hello Kitty. Veja aqui.
A história do relançamento do vinho de Júlio César. O vinho preferido do célebre imperador romano (100-44 a.C.) vinha da Sicília, da região do Mamertino. Era um tinto presente em todas as festas promovidas por César. Pois agora um reputado produtor local, Planeta, com a ajuda de um professor de avicultura da Universidade de Milão, está tentando descobrir a variedade da uva original que era misturada à casta Nocera para produzir o Mamertino tão ao gosto do líder romano. Uma pequena vinícola foi construída na cidade de Capo Milazzo, Sicília, especialmente para produzir esse vinho. Espera conseguir uma bebida o mais próximo possível da consumida pelo imperador. Uma bebida para tomar nos helicópteros enquanto nossas autoridades vêm do alto os estragos que, eles dizem, as chuvas estão ainda promovendo. Os imperadores romanos faziam o equivalente no Coliseu.
A história dos norte-coreanos que compraram Latour. Pois é, o fechadíssimo governo do ditador Kim Jong-il está colocando um pé no ocidente, através do vinho, nada menos do que comprando o segundo vinho do lendário Château Latour, em Bordeaux, o Les Forts de Latour.
Se o presidente Obama pensava em aparecer diante do ditador com uma garrafa de um Cabernet da Califórnia, agora, ficou desarmado. Será mais uma etapa na guerra dos vinhos? Falam que o “Querido Líder” adora mulheres e vinhos. Além da sabida queda por bombas atômicas. Só bebe Bordeaux de safras premiadas (em lugar das garrafas de conhaque Hennessy que entornava, proibido que foi pelos médicos). De um excêntrico que vive assustando o mundo com ameaças nucleares podemos esperar atitudes como essa. Resta saber o que os franceses acham disso. Como eles deixaram isso acontecer? A crise é tão grave assim?
A história do vinho e o Dia dos Tolos. Agora, amigas leitoras. A maioria dessas histórias foi recolhida de primeiro de abril para cá. Algumas delas são pegadinhas. Em qual delas você caiu?
A primeira, das ovelhas e dos babuínos, a parte das ovelhas é verdadeira. Ignore os babuínos. A dos babuínos foi inventada pelo colunista Harvey Steiman, da Wine Spectator, exclusivamente para o Dia dos Tolos.
Sobre os rótulos alemães, também de autoria de Steiman, o que vigora é o nome do produtor ou da propriedade, a safra, o nome da cidade ou vila e da vinícola, a variedade da uva, a classificação de qualidade (o prädikat) e o número AP. Esqueçam do resto.
Mas a linha de vinhos Hello Kitty é notícia quente. Já estão até a venda. Será que vamos chegar em casa e pegar nossa garotinha brincando com uma garrafa dessas? Vamos induzir nossas crianças a beber álcool? Será uma estratégia de marketing válida?
O relançamento do vinho favorito de Júlio César também não tem nada de primeiro de abril. Daqui a pouco, vamos ter um Mamertino em nossas mesas. E beber como imperadores (só evitando aceitar convites de políticos para qualquer tipo de reuniões).
A compra do segundo vinho do Château Latour é o tradicional Primeiro de Abril da revista Decanter. Eu caí nele. O ditador coreano é capaz dessas coisas.
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Darwin dizia que não devíamos sair de casa sem um senso de perigo. É verdade, como se comprova agora com todos esses acontecimentos no Rio. Porém, Darwin não contava com o que mais poderia acontecer por aqui. Ficar em casa pode ser até mais perigoso.
Da Adega
S.O.S Niterói. Repito aqui o apelo da Confraria Amigas do Vinho. Não podemos nos omitir diante dessa calamidade. É simples: doações (alimentos não perecíveis, água, fraldas descartáveis (infantis e geriátricas) devem ser enviadas para o Canto do Rio Futebol Clube (Rua Visconde do Rio Branco, 701, Niterói, Centro. Tel.: 21-2620-8018). Vamos mostrar do que as mulheres são capazes.
O melhor sommelier do mundo em Belô. Uma pena que não tenha podia publicar essa nota antes. Fiquei ilhada, inclusive por falta de energia elétrica. Quando ela chegava, não havia sinal para internet, nem para celular.
Enfim, hoje, dia 9, o restaurante O Dádiva, de Belo Horizonte, está recebendo o sueco Andreas Larsson, considerado o melhor Sommelier do Mundo
O título de melhor sommelier do mundo é concedido a cada três anos pela Association de la Sommelerie Internationale, baseada na França, que reúne associações de sommeliers de 44 países. Andreas ganhou o dele em 2007. O jantar inclui pratos como salada de algas (com champagne Cattier), tomate recheado com pêra (um tinto de Bordeaux, o Bad Boy), sardinhas em azeite com pimentas de cheiro (o Dom Virginie Thunevin, outro tinto), favas com caldo queimado (Château Vallandreau), entre outras delícias. O jantar começa às 22:30 horas. As reservas ainda podem ser feitas pelo telefone: 31-32828810. Veja mais no site.
Da Adega
S.O.S Niterói. Repito aqui o apelo da Confraria Amigas do Vinho. Não podemos nos omitir diante dessa calamidade. É simples: doações (alimentos não perecíveis, água, fraldas descartáveis (infantis e geriátricas) devem ser enviadas para o Canto do Rio Futebol Clube (Rua Visconde do Rio Branco, 701, Niterói, Centro. Tel.: 21-2620-8018). Vamos mostrar do que as mulheres são capazes.
O melhor sommelier do mundo em Belô. Uma pena que não tenha podia publicar essa nota antes. Fiquei ilhada, inclusive por falta de energia elétrica. Quando ela chegava, não havia sinal para internet, nem para celular.
Enfim, hoje, dia 9, o restaurante O Dádiva, de Belo Horizonte, está recebendo o sueco Andreas Larsson, considerado o melhor Sommelier do Mundo
O título de melhor sommelier do mundo é concedido a cada três anos pela Association de la Sommelerie Internationale, baseada na França, que reúne associações de sommeliers de 44 países. Andreas ganhou o dele em 2007. O jantar inclui pratos como salada de algas (com champagne Cattier), tomate recheado com pêra (um tinto de Bordeaux, o Bad Boy), sardinhas em azeite com pimentas de cheiro (o Dom Virginie Thunevin, outro tinto), favas com caldo queimado (Château Vallandreau), entre outras delícias. O jantar começa às 22:30 horas. As reservas ainda podem ser feitas pelo telefone: 31-32828810. Veja mais no site.
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