Por favor, amiga, não imagine um quadro de fregueses correndo atrás deles com saca-rolhas pedindo a sua expulsão dos restaurantes, em protesto contra atitudes arrogantes, o jogo do “empurra” para você escolher a garrafa mais cara. Ou por jogar cartas de vinhos de 5 quilos sobre a sua mesa, com 400 páginas manuscritas (escritas provavelmente pelo Asterix, pois tudo parece gótico para mim) para que você mesma escolha entre as milhares possibilidades ali encriptadas.
Também não se trata da classe dos restauradores fazendo uma caça a esses moços pelos prejuízos causados: desentendimentos por vinhos recusados, protestos contra bebidas com defeitos, serviço mal executado, adegas em pandarecos etc. Sim, aqui e em todo o mundo há um despreparo geral para a função. Mas a culpa não pode ser jogada em cima apenas desses profissionais. E os donos dos restaurantes e outras casas que servem vinho, como ficam na foto?
Do que se trata, então? Leio que a profissão se extinguiria sob pressão da tecnologia, da informática, mais precisamente. Computadores poderão substituí-los? Indicar quais os melhores vinhos para combinar com o prato escolhido; ou qual o branco do Novo Mundo vai melhor com uma determinada entrada? E do Velho Mundo? E qual o vinho ou o digestivo que vai melhor com essa ou aquela sobremesa, esse ou aquele queijo?
Também não se trata da classe dos restauradores fazendo uma caça a esses moços pelos prejuízos causados: desentendimentos por vinhos recusados, protestos contra bebidas com defeitos, serviço mal executado, adegas em pandarecos etc. Sim, aqui e em todo o mundo há um despreparo geral para a função. Mas a culpa não pode ser jogada em cima apenas desses profissionais. E os donos dos restaurantes e outras casas que servem vinho, como ficam na foto?
Do que se trata, então? Leio que a profissão se extinguiria sob pressão da tecnologia, da informática, mais precisamente. Computadores poderão substituí-los? Indicar quais os melhores vinhos para combinar com o prato escolhido; ou qual o branco do Novo Mundo vai melhor com uma determinada entrada? E do Velho Mundo? E qual o vinho ou o digestivo que vai melhor com essa ou aquela sobremesa, esse ou aquele queijo?
O robô japonês. Ano passado, os japoneses apareceram com um robô com capacidade de analisar amostras de vinho acuradamente. A máquina, desenvolvida pela NEC, pode distinguir entre 30 variedades de uvas e até mesmo cortes. Na época, foi chamada de wine-bot (ou “robô do vinho”), tinha o tamanho de uma caixa de vinho (o “bag-in-box”), mas de 6 litros, consistindo de um microcomputador e de um sensor ótico.
Esse robô não pode ir à mesa e escolher um vinho para você. Não pode degustar, muito menos cuspir o vinho e sequer abrir uma rolha. Mas coloque 5 ml de vinho num pires na sua frente que ele começa a emitir luzes infravermelhas em cima da mostra: em 30 segundos ele identifica os seus componentes. Poderá até dizer de que região o vinha se origina.
Logo, é uma máquina útil apenas para identificar fraudes, assim mesmo de 30 vinhos devidamente pré-programados.
Se for essa a ameaça, os sommeliers estão salvos.
Esse robô não pode ir à mesa e escolher um vinho para você. Não pode degustar, muito menos cuspir o vinho e sequer abrir uma rolha. Mas coloque 5 ml de vinho num pires na sua frente que ele começa a emitir luzes infravermelhas em cima da mostra: em 30 segundos ele identifica os seus componentes. Poderá até dizer de que região o vinha se origina.
Logo, é uma máquina útil apenas para identificar fraudes, assim mesmo de 30 vinhos devidamente pré-programados.
Se for essa a ameaça, os sommeliers estão salvos.
O WinePod. O perigo viria do novíssimo WinePod? Com ele você pode fazer o seu próprio vinho em casa. Tem o formato de uma grande taça, integra todos os aspectos da produção, do equipamento e fontes de uvas até consultas e enólogos. Nele, as uvas são prensadas, fermentadas e amadurecidas numa só unidade, fácil de usa, diz a publicidade. Admite conexão sem fio com o seu computador onde um software exclusivo vai ajuda-lo a controlar a fermentação, além de facilitar acesso a vinicultores que já operam com esse equipamento. A empresa vendedora fornece também as uvas que você quiser, já maduras para que sejam prensadas e fermentadas. O vinho amadurece num tanque de aço inoxidável (que também integra a pensa). Tudo isso controlado de uma telinha de PC, em sua casa.Tem a capacidade de processar 56 litros de uvas, que resultarão em 4 a 5 caixas de vinho. Não precisa de instalação especial. Apenas de um lugar ventilado onde exista uma tomada. Custa US$ 3.499,00 e vendeu bem no Natal passado, nos Estados Unidos. Veja aqui.
O sommelier certamente não estaria na berlinda com o WinePod. Talvez, os produtores de vinho. É um brinquedinho para aficionadas com a carteira obesa.
O eSommelier. Esse é até mais caro: custa US$ 5 mil. E destina-se aos colecionadores de vinho – ou a quem possua uma senhora adega (e neste caso temos alguns restaurantes e hotéis).
Seu nome completo é eSommelier Wine Management Server: da telinha de um palm top você sabe a quantas anda a sua adega. Onde estão os brancos, os tintos, os espumantes etc. Sua origem, quando (e por quanto) foram comprados, quais as garrafas que estão prontas para beber e aquelas que ainda vão esperar algum tempo. Esse computador portátil pode estar na própria adega, no seu escritório ou na sua mala de viagem. O acesso é imediato, ao toque de um dedo.
O eSommelier pode estar também no balcão do restaurante, ajudando o sommelier a indicar vinhos, ou a comprá-lo para repor aquelas garrafas já vendidas. Logo, pode ser uma ameaça aos sommeliers profissionais, já treinados. O dono do restaurante, com ajuda desse brinquedinho, pode querer substituí-lo por um amador.
O Vinio. A ameaça pode estar aqui, nesse novíssimo recurso, feito para o amante do vinho que queira ajuda ao escolher sua garrafa num restaurante ou numa loja. É um lançamento recentíssimo da HP (chamado HP tc4400 Tablet PC). Foi criado por um sommelier (a idéia, o conteúdo), Andrew Bradbury. Veja aqui.
Trata-se de uma lista de vinhos interativa. O pequeníssimo computador facilita ao seu usuário selecionar seus vinhos por varietal, safra, país ou região de origem, preço e até mesmo por recomendações de críticos e outros usuários. Podem também saber das possibilidades de combinações entre vinhos e comidas. Seu tamanho pequeno e formato delgado permite seu uso numa mesa de restaurante. Funciona também ao toque de um dedo e permite tomada de notas através de um estilete. Acaba que os fregueses vão se sentir sommeliers.
Os donos de restaurantes já estão tendo a mesma sensação. Já viram que podem controlar melhor os inventários de seus vinhos, reduzir custos e aumentar vendas (até porque vão precisar muito pouco de pessoal especializado no salão).
É o mais barato e o mais sério de todos esses brinquedinhos: US$ 1.480,00 nos Estados Unidos, agora.
Os donos de restaurantes já estão tendo a mesma sensação. Já viram que podem controlar melhor os inventários de seus vinhos, reduzir custos e aumentar vendas (até porque vão precisar muito pouco de pessoal especializado no salão).
É o mais barato e o mais sério de todos esses brinquedinhos: US$ 1.480,00 nos Estados Unidos, agora.
O sommelier desaparece? Mas quem é que vai alimentar todos esses brinquedinhos, criar todo o seu conteúdo, tanto em casa quanto nos restaurantes? Só um sommelier profissional poderá fazer isso à perfeição.
É natural que encontremos muita gente ainda despreparada. O número de pessoas que adotaram o vinho como sua bebida preferida tem aumentado muito rapidamente . Os restaurantes não estão dando conta. Colocam gente ainda inexperiente. Um pessoal cujo preparo demanda tempo e um investimento razoável.
Com informática ou sem ela, um restaurante que queira despontar no serviço de vinhos vai precisar de um profissional treinado, de um sommelier. Seu pessoal ainda não está maduro? Pois a Associação Brasileira de Sommeliers (entre outras) está aí mesmo para providenciar treinamento de alto nível e prepará-los devidamente para enfrentar qualquer brinquedinho da moda. Faz isso há vinte anos.
A amiga já topou com algum garçom do vinho dizendo que o 2004 é na verdade o mesmo vinho de 2003, “só um aninho de diferença”, confundindo um calhambeque com as uvas de uma determinada safra? Conte para nós a sua experiência
É natural que encontremos muita gente ainda despreparada. O número de pessoas que adotaram o vinho como sua bebida preferida tem aumentado muito rapidamente . Os restaurantes não estão dando conta. Colocam gente ainda inexperiente. Um pessoal cujo preparo demanda tempo e um investimento razoável.
Com informática ou sem ela, um restaurante que queira despontar no serviço de vinhos vai precisar de um profissional treinado, de um sommelier. Seu pessoal ainda não está maduro? Pois a Associação Brasileira de Sommeliers (entre outras) está aí mesmo para providenciar treinamento de alto nível e prepará-los devidamente para enfrentar qualquer brinquedinho da moda. Faz isso há vinte anos.
A amiga já topou com algum garçom do vinho dizendo que o 2004 é na verdade o mesmo vinho de 2003, “só um aninho de diferença”, confundindo um calhambeque com as uvas de uma determinada safra? Conte para nós a sua experiência
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