Pontuação de vinhos: como comentamos numa coluna recente (Um intruso na festa - veja abaixo), essa história de pontuar vinhos voltaria às manchetes. E o faz agora de modo desmoralizante.
Tá bom que os consumidores entendem uma escala de 100 pontos: um vinho com 98 pontos deve ser melhor do que outro de 85. Eles assim, em teoria, podem fazer uma escolha que não envolva apenas preços. Afinal, tem algo objetivo para julgar: uma simples escala numérica. Mas meu problema reside em vinhos premiados, digamos, com 99 pontos e outro com 98 – pelo mesmo crítico. Qual exatamente a diferença, por favor? Além disso, em quem você vai acreditar quando dois críticos dão ao mesmo vinho diferentes notas?
O caso é que nenhuma dessas pontuações considera a região de origem do vinho e até mesmo por quantas “mágicas” tecnológicas passaram para chegar ao nível da “bomba de frutas” celebrizadas pelo imperador da crítica, Robert Parker Jr.: vinhos com muita fruta, muito carvalho e muito álcool.
Essas “bombas” são a moda do momento: os atributos que fazem um vinho ganhar notas altas, altíssimas. Que os fazem ficar muito mais caros, pois vão ser muito procurados.
Até em algumas de nossas lojas de vinho já encontramos garrafas com tiras nos gargalos exibindo os pontos que ganharam de um crítico (normalmente do próprio Parker) ou de uma revista (em geral, da Wine Spectator). Nada contra o fabricante, importador ou lojista exibir essas marcas. São diferenciais de mercado, concordo.
Muitos e muitos críticos utilizam esse sistema; o mesmo com a maioria das revistas especializadas. Sem dúvidas, essa escala, principalmente a de 100 pontos (criada por Parker), é um dos itens mais polarizadores desse mundo hoje.
Tá bom que os consumidores entendem uma escala de 100 pontos: um vinho com 98 pontos deve ser melhor do que outro de 85. Eles assim, em teoria, podem fazer uma escolha que não envolva apenas preços. Afinal, tem algo objetivo para julgar: uma simples escala numérica. Mas meu problema reside em vinhos premiados, digamos, com 99 pontos e outro com 98 – pelo mesmo crítico. Qual exatamente a diferença, por favor? Além disso, em quem você vai acreditar quando dois críticos dão ao mesmo vinho diferentes notas?
O caso é que nenhuma dessas pontuações considera a região de origem do vinho e até mesmo por quantas “mágicas” tecnológicas passaram para chegar ao nível da “bomba de frutas” celebrizadas pelo imperador da crítica, Robert Parker Jr.: vinhos com muita fruta, muito carvalho e muito álcool.
Essas “bombas” são a moda do momento: os atributos que fazem um vinho ganhar notas altas, altíssimas. Que os fazem ficar muito mais caros, pois vão ser muito procurados.
Até em algumas de nossas lojas de vinho já encontramos garrafas com tiras nos gargalos exibindo os pontos que ganharam de um crítico (normalmente do próprio Parker) ou de uma revista (em geral, da Wine Spectator). Nada contra o fabricante, importador ou lojista exibir essas marcas. São diferenciais de mercado, concordo.
Muitos e muitos críticos utilizam esse sistema; o mesmo com a maioria das revistas especializadas. Sem dúvidas, essa escala, principalmente a de 100 pontos (criada por Parker), é um dos itens mais polarizadores desse mundo hoje.
Mas eis que agora temos algo novo nesse pedaço. É o Justwinepoints .
É um site que apenas qualifica vinhos a partir do sistema de 100 pontos. Nada de palavras, nenhuma referência aos degustadores que estão concedendo as notas. Apenas pontos, pois, como argumenta o pessoal do site, “nada mais importa”. Dizem que não temos mais tempo para “verborragias” ou para “todos os floreios da bagagem descritiva”. Falam que o site resulta de 20 anos de pesquisas. E, ah, se quiser mostrar o rótulo do seu vinho ao lado dos pontos conquistados é só fazer “uma contribuição” (olha o dinheirinho, aí). As lojas vão gostar. Basta mostrar as notas e citar site (que será mais procurado e ganhará mais “contribuições”). Não precisa nem do crítico.
Ironia: o mesmo sistema criado por um crítico o está engolindo.
O crítico vai acabar? Olhem só os exemplos da Daise Novakoski (na revista Rio Show) ou o do Renato Machado (no GNT), que qualificam os vinhos que degustam utilizando aquela forma de comunicação um tanto fora de moda, mas eterna: palavras.
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