16.7.07

As medalhas do vinho

Já que vivemos num clima de olimpíada, não custa verificar as competições no mundo dos vinhos. A revista Decanter realiza a cada dois anos um levantamento das 50 pessoas mais influentes nesse segmento. O primeiro levantamento, em 2005, teve o chefão da Constellation Brands, Richard Sands em primeiro lugar, seguido pelo crítico Robert Parker. Pois agora temos uma segunda pesquisa. A revista consulta críticos, comerciantes, produtores, industriais – e busca saber quem tem mais influência sobre o estilo de vinhos que os consumidores estão bebendo hoje. Consulta também os seus leitores. Vamos aos “medalhistas”, segundo os leitores:
1º) Robert Parker: americano, 59, o mais famoso crítico do mundo. Continua sendo a grande influência no paladar norte-americano e na maneira como os vinhos são produzidos (alcoólicos, frutas, muito carvalho, densos etc.). Também 1º entre não leitores.
2ª) Jancis Robinson: inglesa, 57, Master of Wine, crítica, autora (entre outros livros, do “The Oxford Companion to Wine", mais conhecido como “A Bíblia”). É a pessoa com a maior influência num país onde a crítica de vinhos lidera o mundo. Foi a 9ª entre não leitores.
3º): Michel Rolland: francês, 59, enólogo, consultor e produtor de vinhos. Vilão do filme Mondovino, por diluir a individualidade, padronizar o vinho e por recomendar invariavelmente a micro-oxigenação, solução pronta para melhorar e esconder defeitos de qualquer vinho. Sua influência se estende do Pomerol, França, e chega a dezenas de países, entre eles a África do Sul, Argentina, Chile e também o Brasil (para a Miolo). Foi 8º entre não leitores.
4º) Hugh Johnson: inglês, 68, crítico, autor e consultor. Quando se começa no mundo do vinho, a primeira parada é quase sempre no “A História do Vinho” ou algum outro título com seu nome na capa, como o Atlas do Vinho ou os seus Guias anuais. Foi o 17º entre não leitores.
5º) Marchese Piero Antinori: italiano, 68, diretor da Marchese Antinori, a razão pela qual o Chianti não vem mais com aquela cobertura de palha. Os Antinori, da Toscana, fazem vinhos há 600 anos. Mas foi Piero quem transformou a qualidade do vinho italiano, o primeiro produtor sério a livrar-se das amarras das apelações e produzir os “Supertoscanos”, caríssimos, com uvas que não apenas a Sangiovese. Foi 21º entre não leitores.
A grande e boa surpresa foi a nossa Jancis Robinson ter chegado como a segunda pessoa mais influente no mundo dos vinhos. Numa próxima coluna falo dos outros cinco (não tenho espaço para 50 nomes). Aqui, o Pan também tem seus vinhos: são os exclusivos nacionais da Lídio Carraro.

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