18.10.07

Como degustar um vinho ruim

E quando você encontra um vinho ruim, muito, muito ruim? O que diz a etiqueta a respeito? Falo daquele vinho oferecido pela sua melhor amiga, comprado exclusivamente para você, escolhido por ter conseguido medalha de ouro no Concurso Regional de Piririburgo da Serra (que você jamais imaginou que existissem, tanto Piririburgo quanto o concurso), para ser provado numa ocasião especial, numa reunião onde todos a têm como “doutora em vinho”.
Já passei por isso e todas as vezes que escrevo sobre etiqueta do vinho (que taças utilizar, como servi-lo, como degustá-lo, o que apreciar nele, seus aromas, seus sabores etc.) lembro de comentar como é essa experiência beber um vinho imprestável, estragado, defeituoso. E diante de sua amiga do peito.
Olha que não estou falando precisamente dos defeitos mais comuns nos vinhos. Um vinho não é ruim só porque não caiu no seu gosto, não faz o seu estilo etc. Não é ruim porque o rótulo está rasgado ou a base da rolha veio cheia de pequenos cristais brancos. (o tais cristais de tártaro, inofensivos, subproduto natural de vinhos que não foram filtrados). Não é ordinário porque a rolha parece mofada ou se partiu em pedacinhos dentro da garrafa. Nada disso altera o vinho ou o torna intragável.
Os principais defeitos poderiam ser: o da chamada “doença da garrafa” ou TCA, numa linguagem mais técnica: você coloca o nariz na taça e o aroma parece com algo que saiu do lugar mais mofado da casa. TCA (2,4,6 tricloroanisole) é um elemento químico tão potente que mesmo em quantidades ínfimas causam aromas e sabores de mofo na bebida. Tem origem numa reação do cloro utilizado para esterilizar rolhas de cortiça.
Outro defeito seria o do vinho oxidado: você sabe que o oxigênio é o inimigo invisível dos vinhos, que se tornam oxidados quando expostos a ele. A bebida fica sem vida, insípida, já a caminho, literalmente, do vinagre.
Outro problema seria quando a garrafa fica por muito tempo exposta ao calor (certamente, porque foi armazenada inadeqüadamente). Chamam isso de “madeirização”, pois o vinho, geralmente o branco, fica com uma cor mais escura, oxidada, mais acastanhada e adocicada, algo que pode lembrar o vinho Madeira, que cuja produção implicava em propositadamente numa grande exposição ao sol, ao calor. O sabor do verdadeiro Madeira lembra amêndoas, frutas cristalizadas. Muitos críticos colocam oxidação e madeirização num mesmo saco. É fato que ela compreende também uma dose de oxidação. Mas esse tipo de sabor num vinho de mesa não fortificado (como é o Madeira verdadeiro) é considerado um defeito.
Uma quarta falta aconteceria quando alguns fermentos dorminhocos ficaram no vinho – e resolvem acordar e a trabalhar – dentro da garrafa. E, dentro dela, o vinho é refermentado, por acidente. Se fosse um champanhe, tudo bem. Mas quando você prova de um vinho de mesa tranqüilo sentirá na língua pequenas bolinhas, aspecto não recomendável nesse tipo de vinho.
Mas, no meu caso, o vencedor do concurso de Piririburgo era a soma de todos os defeitos e mais uma dezena. Era execrável em todos os sentidos. Achei que podia me livrar dessa situação com alguma elegância. E o que eu fiz pode servir como guia para as amigas que venham a enfrentar embaraços semelhantes (algumas das dicas abaixo foram inspiradas pela blogueira americana que escreve no WineScamp):
1º) Beba sem pressa. Aceite com graça a taça e prove um mínimo do vinho. Em seguida, após um diplomático intervalo de tempo, procure um canto, uma pia, um vaso de plantas, por exemplo, para esvaziar a taça e corra para beber água. Se alguém estranhar, diga que está um pouco desidratada e quer dar um tempo no álcool.
2º) Mantenha o vinho bem gelado – a refrigeração é sua aliada quando se trata de vinho danado da peste. O gelo emudece o sabor da bebida. Se ele é assim, péssimo, peça gelo e coloque na taça. Diga que os melhores críticos também fazem isso. Você é a “doutora em vinho”, lembra?
3º) Nada de cheirar. Sei que é um reflexo girar e cheirar qualquer coisa, como café, água e, claro, o vinho. Mas não coloque o seu nariz nessa droga. Sua situação ficará mais miserável ainda se liberar os aromas dessa bebida e cheirá-la.
4º) Não deguste. Beba em goles absurdamente grandes. E não respire ao sorver o vinho – tal e qual fazemos ao tomar um xarope de gosto ruim. Isso diminuirá o quanto de sabor e aroma você pode perceber.
5º) Misture. Seja espumante ou vinho tranqüilo, discretamente pegue o que tiver pela frente, de refrigerante a suco de frutas, e misture com o vinho. Ou, com todo o garbo possível, após a primeira provada, afirme que aquele vinho é ideal para uma Sangria. E torça para que sua amiga tenha algumas frutas em casa. Se tiver pouca, junte suco de frutas. Faça a sua Sangria salvadora com muito gelo e, se possível, um licor.
A outra saída é apelar para a mãe de todas as desculpas, pelo menos entre nós, mulheres. Após o primeiro gole, pouse a taça e peça um comprimido para dor de cabeça, urgente. Alegue que a sua velha e querida enxaqueca acaba de acontecer. Nesse caso, não saia de casa sem os óculos escuros na bolsa.
Se a amiga tem mais sugestões para sair de situações como essa com panache, por favor, conte para nós aqui.
Da Adega
GP Brasil de Fórmula I com o vinho da casa
. Um espumante, um rosé e um tinto nacionais foram selecionados para serem servidos nos camarotes do Hopitality Centre e nas áreas VIPs do autódromo de Interlagos durante a corrida do dia 21. São eles o Casa Valduga Espumante Premium Moscatel, o Casa Valduga Duetto Rosé Sangiovese-Barbera e o Casa Valduga Duetto Pinot Noir-Shiraz. Aliás, esses vinhos serão os únicos a serem servidos nos três dias do evento. A Casa Valduga fica no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, RS, e produz vinhos há quatro gerações.
Spa do Vinho no Brasil. Fazer um tratamento de beleza com produtos e técnicas assinadas pela famosa Caudalie agora podem ser feitos na Serra Gaúcha. A amiga não precisa mais viajar a Bordeaux. Saiba o que é o Spa Villa Europa, um hotel cinco estrelas em pleno Vale dos Vinhedos, RS, em meio, sim, em meio a belos vinhedos, degustando ótimos vinhos e vivendo um ambiente sofisticado, muito romântico. Veja mais
aqui.
Encontro nacional dos produtores de Vinho. A Vinotech e a Mercosul Bebidas, um dos maiores eventos da indústria vitivinícola e de bebidas em geral do Brasil e da América Latina, contará em 2008 com o Encontro de Municípios Produtores de Uva e Vinho do Brasil – são 162 municípios produtores em vários estados.
O encontro será feito em Bento Gonçalves, RS, nos dias 10 e 11 de abril e terá o apoio da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
Produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Pernambuco estarão presentes para troca de experiência e análise de problemas diversos.
Em Bento Gonçalves, durante a Vinotech 2008, mais de 160 participantes
Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, fará mais uma Vinotech de 2008, e desta vez com o Encontro de Municípios produtores de Uva e Vinho do Brasil que somam mais de 160 em vários estados. Será nos dias 10 e 11 de abril.
O evento terá o apoio da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), e vai integrar a programação da Semana Internacional Brasil Alimenta que será realizado no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, de 8 a 11 de abril de 2008
Cidades produtoras de uva e vinho de nove Estados brasileiros deverão estar presentes ao evento. O Brasil conta com 162 municípios produtores de uva e vinho distribuídos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Pernambuco. o fortalecimento do setor vitivinícola nacional. e a troca de experiência com análise dos problemas diversos

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