Deu manchetes, com toda a justiça: os vinhos do Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul, tiveram a sua denominação de origem, ou, como dizemos aqui, sua Indicação Geográfica (IG) reconhecida pela União Européia. Somos os únicos a conquistar essa chancela de qualidade, ao lado dos vinhos do Vale de Napa, na Califórnia.
Em miúdos, isso quer dizer que todos os 21 vinhos associados à Aprovale (Associação dos Produtores de Vinhos do Vale dos Vinhedos) e que conseguiram o Selo de Indicação de Procedência do Vale, passam a ter entrada livre nos países que integram a União Européia. Nos seus rótulos vamos ter além do nome, da safra etc., o IG, a certificação de origem, a comprovação do sabor exclusivo de uma região vitivinícola. É uma senhora qualificação, vamos poder exportar mais.
Para mim, bastava já a conquista da Aprovale, criada em 1995, incluindo principalmente vinícolas da região de Bento Gonçalves. Ela tornou reconhecido aqui mesmo o selo de certificação de origem, que soma região com qualidade, uma preocupação e prática que existem desde os gregos. Na França, você não toma um Pinot Noir, mas um Borgonha. Ou bebe um Bordeaux, um Champagne. Na Itália, degusta um Chianti. Na Espanha, um Rioja etc. O que vale é a região.
Isso lembra o bate-boca de sempre em torno do famoso terroir, uma palavra francesa que mesmo um dicionário de lá não consegue descrever o seu grande sentido quando aplicado a vinho. Vai dizer que significa “solo”, “chão”, “terra”. Mas a palavra é ainda mais complexa, interconectando solo, geologia, topografia, clima e microclima, micróbios e leveduras e, claro, a variedade da uva. Já que todos esses componentes raramente acontecerão ao mesmo tempo e da mesma maneira, é a singularidade da combinação de todos esses elementos que constituem o terroir. As influências de técnicas, do vinhateiro, embora muito relevantes, não se constituem um fator no complexo de itens que compreende o terroir. Ele é a alma do vinho, que o vinhateiro pode ou não revelar completamente.
No premiado documentário Mondovino, de Jonathan Nossiter, fica claro que o sabor da terra, a expressão do terroir é a mais alta distinção da vinicultura. Bastou esse americano, agora residindo no Brasil, fazer uma carta só com vinhos nacionais (a maioria do Sul) para um restaurante carioca, que começaram a chover louvações e mais louvações sobre a nossa bebida.
Muitas vezes, leitor, a boa surpresa está aqui mesmo em casa. Se for por falta de algum estrangeirismo, vimos que os vinhos do Vale também têm terroir e são bebidos e recomendados, sem quaisquer preconceitos, por um expert norte-americano.
Beba um Vale, leitor! Agora mesmo saíram os novos vinhos com as Indicações de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.), com os certificados da safra de 2005. Faça a sua escolha aqui, antes que os europeus comprem tudo. Como a coluna de hoje já demonstra, o terroir vai continuar a dar samba em 2007.
Em miúdos, isso quer dizer que todos os 21 vinhos associados à Aprovale (Associação dos Produtores de Vinhos do Vale dos Vinhedos) e que conseguiram o Selo de Indicação de Procedência do Vale, passam a ter entrada livre nos países que integram a União Européia. Nos seus rótulos vamos ter além do nome, da safra etc., o IG, a certificação de origem, a comprovação do sabor exclusivo de uma região vitivinícola. É uma senhora qualificação, vamos poder exportar mais.
Para mim, bastava já a conquista da Aprovale, criada em 1995, incluindo principalmente vinícolas da região de Bento Gonçalves. Ela tornou reconhecido aqui mesmo o selo de certificação de origem, que soma região com qualidade, uma preocupação e prática que existem desde os gregos. Na França, você não toma um Pinot Noir, mas um Borgonha. Ou bebe um Bordeaux, um Champagne. Na Itália, degusta um Chianti. Na Espanha, um Rioja etc. O que vale é a região.
Isso lembra o bate-boca de sempre em torno do famoso terroir, uma palavra francesa que mesmo um dicionário de lá não consegue descrever o seu grande sentido quando aplicado a vinho. Vai dizer que significa “solo”, “chão”, “terra”. Mas a palavra é ainda mais complexa, interconectando solo, geologia, topografia, clima e microclima, micróbios e leveduras e, claro, a variedade da uva. Já que todos esses componentes raramente acontecerão ao mesmo tempo e da mesma maneira, é a singularidade da combinação de todos esses elementos que constituem o terroir. As influências de técnicas, do vinhateiro, embora muito relevantes, não se constituem um fator no complexo de itens que compreende o terroir. Ele é a alma do vinho, que o vinhateiro pode ou não revelar completamente.
No premiado documentário Mondovino, de Jonathan Nossiter, fica claro que o sabor da terra, a expressão do terroir é a mais alta distinção da vinicultura. Bastou esse americano, agora residindo no Brasil, fazer uma carta só com vinhos nacionais (a maioria do Sul) para um restaurante carioca, que começaram a chover louvações e mais louvações sobre a nossa bebida.
Muitas vezes, leitor, a boa surpresa está aqui mesmo em casa. Se for por falta de algum estrangeirismo, vimos que os vinhos do Vale também têm terroir e são bebidos e recomendados, sem quaisquer preconceitos, por um expert norte-americano.
Beba um Vale, leitor! Agora mesmo saíram os novos vinhos com as Indicações de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.), com os certificados da safra de 2005. Faça a sua escolha aqui, antes que os europeus comprem tudo. Como a coluna de hoje já demonstra, o terroir vai continuar a dar samba em 2007.
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