3.3.05

Essa vida severina

Recebi o seguinte da AS-PTA, Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, uma ONG que busca promover o desenvolvimento da agricultura brasileira com base nos princípios da agroecologia e no fortalecimento da agricultura familiar. Ela é reconhecida oficialmente como instituição de utilidade pública e de caráter filantrópico. Há nos correspondemos e a mensagem de Recebi o seguinte da AS-PTA, Assessoria e Serviços a Projetos em hoje é um convite a que façamos algo de bom pelo país. Segue a mensagem, na íntegra:
É muito provável que a Câmara aprove hoje o projeto de lei de Biossegurança vindo do Senado, que libera definitivamente a soja transgênica e escancara o país a entrada de outros transgênicos. Mais grave ainda é saber que isso será feito com a orientação e o apoio do governo.
Abaixo enviamos uma nota em manifestação a essa grande traição. Sugerimos que você copie e cole o texto abaixo numa nova mensagem, faça as modificações que achar pertinente e envie-o aos endereços do governo e Congresso citados abaixo.
Sua manifestação neste momento decisivo será muito importante.
Com cópia para:
sg@planalto.gov.br,
TRAIÇÃO E BURRICE
02/03/2005
A votação da Lei de Biossegurança chega ao seu desenlace de forma revoltante para todos os movimentos ambientalistas e sociais e para muitos cientistas preocupados com critérios sérios de preocupação com os riscos desta tecnologia.
O governo Lula traiu seu programa eleitoral onde uma visão prudente sobre a transgenia aparece em três diferentes momentos: nos cadernos "Meio Ambiente e Qualidade de Vida", "Vida Digna no Campo" e no "Fome Zero".
O governo Lula (leia-se o próprio presidente, os ministros José Dirceu, Aldo Rebelo e Gushiken) traiu os próprios Ministros mais interessados na questão: Marina Silva, Humberto Costa e Miguel Rosseto, dando apoio aos ministros pró-transgênicos: Eduardo Campos, Furlan e Roberto Rodrigues.
No afã de agradar as multinacionais da transgenia e os grandes produtores iludidos com a promessa desta tecnologia o governo Lula agiu de forma irresponsável e foi muito além das piores iniciativas do governo FHC. As conseqüências para o meio ambiente e para a saúde podem levar algum tempo para aparecerem de forma mais contundente, mas quando o fizerem (e as informações de outras partes do mundo o indicam) serão dificilmente controláveis e reversíveis.
Mais grave no curto prazo são as conseqüências para os agricultores que não querem plantar transgênicos e que sofrem da contaminação provocada pelos cultivos geneticamente modificados. O governo vai garantir os direitos destes agricultores? E os direitos dos consumidores que até hoje não viram ser aplicada à legislação sobre rotulagem?
A "burrice" da posição pró-transgênicos que o próprio candidato Lula identificou se confirma atualmente pela rápida perda das vantagens artificiais do plantio de soja transgênica e da crescente restrição do mercado internacional ao produto contaminado.
A traição do governo Lula se manifesta ainda no campo estratégico com a entrega da soberania alimentar brasileira às multinacionais de transgenia, pois o monopólio desta tecnologia e das patentes sobre as sementes dela derivadas nos deixa na mão dos interesses econômicos da Monsanto e outras que tais.
A luta contra o descalabro desta política vai continuar em todos os campos: jurídico, político e, sobretudo no econômico, através da denúncia de riscos para os consumidores e para os agricultores. Não vamos permitir que a Monsanto, os ruralistas e o governo Lula levem a agricultura do país para o desastre.
Assinado,
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Veja o Boletimtgransgenicos

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Carapuça
A luta contra os transgênicos acontece em todo o mundo. A União Européia já aprovou o uso de material geneticamente modificado (os GM) em vinhedos, numa atitude que ameaçará a biodiversidade e toda a cultura do vinho européia. E terá reflexos em todo o mundo.
Na Europa, a importante organização italiana Slow Food, promotora da boa alimentação, e permanente opositora das ameaças à biodiversidade, conseguiu mais de 200 mil assinaturas na sua campanha contra o uso dos produtos geneticamente modificados (GM). Ela conta com o apoio de organizações de peso no mundo dos vinhos, como o respeitado Office International du Vin, francês; a Associazone delle Città Del Vino (Associação Italiana das Cidades Vinícolas), além do Greenpeace.
A engenharia genética permite que cientistas usem os organismos vivos como matéria prima para mudar as formas de vida já existentes e criar novas. Um gene é um segmento de DNA que, combinado com outros genes, determina a composição das células, que, por sua vez, fixam o seu comportamento (e de um produto natural). É o núcleo da evolução.
Mas ela “corta e cola” genes de um organismo para outro, mudando suas características e manipulando sua biologia natural, a fim de obter resultados específicos. Uma planta manipulada para produzir toxinas contra pestes, por exemplo, num processo que não pode ser controlado completamente, pode causar resultados inesperados, como afetar os genes de outras partes do organismo (o nosso e o das plantas).
Grupos ligados à produção de transgênicos propuseram em 2202 ao Office International du Vin que as vinhas de variedades de uvas transgênicas não fossem identificadas como tal, mas rotuladas como “clones”. Argumentam que o rótulo de transgênico ou de geneticamente modificado “confundiria o consumidor”. Esconder a verdade? Colocam a carapuça?
Todos sabem que clones sempre foram criados naturalmente em vinhedos e são claramente reconhecidos como sendo da mesma variedade de uva. Por que alterar artificialmente uma Chardonnay e ainda assim querer manter o mesmo nome da nova “espécie” (que - é sabido - não virá de uma espécie vinífera, mas de outros organismos ou de um material sintético)? Isso é fraude!
Os nossos políticos sabem que não precisamos de transgênicos por aqui (mais de 90% do que consumimos é natural). Sabem que para votar tal matéria precisariam de pesquisas – inexistentes. Sabem mais que poderosos grupos, como o Monsanto, e governos como o canadense e o norte-americano estão muito interessados na aprovação dessa matéria. Colocamos a carapuça também?
Essa vida severina, leitor, pode ser melhorada com um e-mail seu para aqueles endereços acima. Por causa disso, em outro caso lamentável (e naturalmente envolvendo políticos profissionais) é que a proposta de aumento salarial dos parlamentares morreu.
Sonia Melier também é participação e está no:

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