17.2.05

A Champagne de Kyoto

Os produtores de vinho de Champagne estão planejando reduzir as emissões de dióxido de carbono da região. Entram com o pé direito no Protocolo de Kyoto, que começou a vigorar desde ontem, quarta-feira, 16 de fevereiro.
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional contra o aquecimento do planeta, prevendo o corte das emissões de gases relacionados ao efeito estufa.
De imediato, a associação de produtores, a CIVC (Comitê Interprofessionel du Vin de Champagne) está lançando uma pesquisa para determinar o quanto a produção de champanhe contribui para as emissões de dióxido de carbono. Uma análise inicial sugere que a indústria local pode reduzir essas emissões de 20 a 30% nos próximos 10 anos sem que haja problemas técnicos ou falhas na qualidade do famoso vinho.
Essa pesquisa já está sendo chamada de “Champagne de Kyoto” e prevê o levantamento de todo o ciclo de vida da produção do vinho, incluindo o transporte de pessoal, a produção de garrafas, a energia utilizada para construir equipamentos e fazer as embalagens – essas, sozinhas, responsáveis por 30% das emissões.
Até 2006, o CIVC espera fixar metas formais para toda a indústria da região. No passado recente, Champagne foi criticada por utilizar lixo caseiro, vindo de Paris, como combustível e com isso contaminar a atmosfera e o solo. Pararam com isso em 1990. A partir daí a região resolveu adotar um comportamento que protegesse mais eficazmente o meio ambiente, como a redução no uso de pesticidas e de outros tratamentos do solo. Começaram a administrar melhor restos, e despejos das vinícolas.
O CIVC concorda de que, além do “dever moral” de proteger o meio ambiente, existem fortes fatores econômicos que levam Champagne a adotar o Protocolo, a começar pela imagem da bebida junto aos consumidores. O comitê também acha que as emissões de dióxido de carbono serão taxadas em futuro próximo. Eles estão se antecipando às novas regras em vez de apenas reagirem contra elas.
Boas notícias. Que a atitude do povo de Champagne se repita em todo o mundo.
Sonia Melier agora no soniamelier@terra.com.br

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